«Só me interessa ir à final... Com Benfica ou Palma? É indiferente!»

Futsal «Só me interessa ir à final... Com Benfica ou Palma? É indiferente!»

FUTSAL01.05.202318:51

Nuno Dias prepara a todo o vapor nova presença, a sua sétima como treinador do Sporting, na final 4 da Liga dos Campeões do futsal. O desejo, naturalmente, é conquistá-la pela terceira vez, depois da glória alcançada em 2018/2019 (vitória sobre o Kairat, por 2-1) e em 2020/2021 (Barcelona, 4-3), sabendo que primeiro, já na sexta-feira, terá de ultrapassar o Anderlecht, adversário pouco conhecido, mas que deixou pelo caminho o campeão europeu Barcelona (derrotou o Sporting, por 4-0, na final da época passada).

Só, depois, pensará no domingo, dia de uma final, que, pela primeira vez na história, até pode ser portuguesa, caso o Benfica elimine o Palma na outra meia-final. Uma perspetiva que, porém, não mexe com Nuno Dias. «Podia responder o que todos querem ouvir, que uma final portuguesa é que era, porque seria muito bom para o futsal português. O futsal português não precisa de uma final portuguesa para estar neste ou naquele patamar. Já estamos nesse patamar. Só me interessa ganhar e ir à final. Com Benfica ou Palma? É indiferente. Sim, temos maior conhecimento do Benfica do que do Anderlecht e do Palma. Mas… eles também esse conhecimento em relação a nós. Nesta fase, isso já não conta para nada», disse o treinador de 50 anos, recordando, depois, as conquistas anteriores.

«Erguer aquela Taça, a da competição de clubes mais importante do mundo, provoca sensações muito fortes, claro! Estamos no palco onde todos querem estar. Vencer é extraordinário, é vencer o que todos desejam. E só com mérito se vence. Sem mérito nem qualidade, não se vence uma Champions», atirou, voltando logo de seguida ao momento presente para reforçar que «não há favoritos nesta fase» da competição.

«São quatro equipas de enorme qualidade, que eliminaram grandes nomes para conseguir estar aqui. A máxima do 50/50, do jogo a jogo, apesar de serem frases feitas, encaixa-se bem aqui. Talvez o Palma por jogar em casa… A forma como puseram toda a ilha em alvoroço para esta Final 4… Talvez se possa atribuir algum favoritismo por isso. Por jogarem em casa. Mas até nisso a história me contradiz: o Sporting perdeu a final em Lisboa, o Kairat perdeu para nós em Almaty, o Inter perdeu em Madrid para o Gazprom», explicou Nuno Dias.

E como está a pressão da equipa antes da viagem para Palma de Maiorca, cuja partida está agendada para as 11 horas da manhã desta terça-feira, estando a chegada ao hotel, após escala em Madrid, prevista para pouco antes do jantar? «Pressão? Porquê, por termos um histórico mais rico de títulos? Posso garantir que a pressão que colocamos em nós próprios todos os dias, em todos os jogos, é maior do que todas as outras pressões somadas! Esse é o nosso grau de exigência. A pressão exterior não nos interessa», garantiu o técnico esta segunda-feira, antes do último treino em solo português e antes de analisar o Anderlecht.

«É uma equipa que de belga tem muito pouco. Tem o Diogo, que jogou no Sporting e foi dos melhores goleadores e jogadores que treinei (ainda não falei com ele, falo lá), tem o Roncaglio, ex-Benfica e guarda-redes da seleção do Brasil, tem o John Lennon, que em dezembro foi do Eléctrico para lá; e depois tem uma série de internacionais. Mas, mais importante, ainda não perdeu um jogo oficial esta época (31V e 4E) e deixou pelo caminho o Barcelona na Ronda de Elite e empatou com Kairat e Palma na fase anterior. Saiu-nos o brinde no sorteio? Perguntem-me depois do jogo [risos]. Vou dizer que o Anderlecht é a equipa menos capaz das finais? E se estivesse o Barcelona diria que era a mais capaz? Pois… a verdade é que o Anderlecht eliminou o Barcelona», disse, antes de avisar: «Só no nosso melhor, passamos o Anderlecht. Vai ser muito difícil.»

A fechar a conversa com os jornalistas no ‘Open Media Day’ da UEFA, Nuno Dias explica o que ainda o motiva depois de 38 anos de futsal como jogador e treinador, 11 deles no Sporting, ao longo dos quais conquistou 24 títulos nacionais e duas Champions? «Motiva-me ganhar! Simples. Ganhar todos os jogos com qualidade e trazer mais troféus para o clube e para nós. No dia em que eu já não tiver esta ambição, esta garra, esta vontade de vir treinar todos os dias com alegria, de ganhar todos os jogos, então esse será o dia em que já nada estarei a fazer aqui. Quem vive o desporto da forma intensa como eu vivo, vai querer sempre ganhar e melhorar, ver jogadores a evoluir e dar sempre o máximo para que as coisas saiam melhor todos os dias.»