— Qual a sua opinião sobre a ascensão de Andreas Schjelderup no Benfica?— Todos na Noruega estão, obviamente, felizes por ver isso agora. Esperávamos por isso. Provou que pode lidar com o nível dos últimos três jogos. Penso que jogou a um nível aceitável. São competições difíceis. Precisa de jogar a esse nível para manter o lugar na equipa. É jovem mas acredito que será capaz de fazê-lo. Foi também bom para ele marcar dois golos e jogar a titular. — Viu os jogos ou os resumos?— Vi o jogo com o Sporting [da final da Taça da Liga]. E vi os resumos dos outros dois [SC Braga, na meia-final da Taça da Liga, e Farense, nos oitavos de final da Taça de Portugal]. — Gostou das exibições dele?— Sim. A melhor posição para ele sempre foi essa, da esquerda, para poder fazer movimentos para dentro. Os golos que ele marcou são a imagem de marca dele, vimos isso na Liga dinamarquesa. — Já falou com ele?— Falei com ele, na verdade antes do jogo com o Sporting. Mas não falei com ele depois. — Como é que ele estava?— Estava a lutar [pelo lugar na equipa] e ainda não sabia se iria jogar. Acredito que está mais feliz agora do que quando falei com ele [risos]. — Está a pensar vir a Portugal para vê-lo jogar ou falar com ele?— O treinador dos sub-21 [Jan Peder Jalland] vai a Lisboa ver o jogo com o Barcelona [da Liga dos Campeões, terça-feira]. Irei a outro jogo. Se ele continuar assim irei vê-lo. Mas, primeiro, vai o treinador dos sub-21. Terei um bom relatório dele. — O que mais gosta no jogo dele?— Gosto do sentido de baliza dele, joga muito bem em espaços curtos, tem técnica para controlar a bola em espaços curtos. E também é um bom rapaz, tem inteligência para jogar futebol, mas também é um bom rapaz que quer aprender. Isso é o melhor dele. — Em que precisa Schjelderup de melhorar?— Precisa de ser capaz de enfrentar o adversário, por vezes por fora do lateral, outras por dentro. Também precisa de ser melhor taticamente, saber o que fazer, quando fintar ou passar. E, claro, como todos os extremos, gostam de correr depressa em frente em vez do contrário. Precisa de correr para trás tão rápido como corre para a frente [risos]. Mas isso acontece com todos os extremos. — Os golos que ele marcou são a marca registada dele?— Sim, completamente. — Como foi trabalhar com ele na seleção?— Ele só esteve uma vez connosco [estreou-se a 5 de junho, num particular com o Kosovo, substituindo Haaland, aos 89’]. Mas quando treinava o FC Copenhaga tentei contratá-lo. Ele tinha 16 anos [em 2020]. Foi para o Nordsjaelland, que lhe prometeu que iria jogar. Não podia prometer-lhe que iria jogar, porque estávamos na Liga dos Campeões. — Demorou muito tempo para ele ter as oportunidades no Benfica e mostrar que tem valor?— Não, não. Deu um passo gigantesco. É normal. O que acontecer a partir de agora é o mais importante. Tento convencer Aursnes [a voltar à seleção] todos os dias. Não irei desistir. Diga-lhe isso — Ainda está a tentar convencer Fredrik Aursnes a voltar à seleção?— Tento todos os dias. [risos] — E tem esperança?— Nem por isso. Mas não irei desistir. Diga-lhe isso.