Seca de Florentino, palavras de Otamendi e Renato Sanches: tudo o que disse Lage

Bruno Lage em conferência de antevisão ao jogo com o Aves SAD

- O Benfica defronta uma equipa que tem apenas duas vitórias, qual a expectativa para o jogo?

 - É verdade, mas também tem um treinador novo, muito experiente e que eu admiro muito. Vai ser um jogo muito interessante. Vimos os dois jogos que fizeram, muito bons com o SC Braga e o Casa Pia. É uma equipa que está em construção neste novo sistema, com cinco defesas. Tem jogadores muito experientes na Liga, em particular o ponta de lança [Nené], por isso espero um jogo difícil, mas temos de estar atentos para vencer o jogo.

- Chegou há três meses ao Benfica. Que balanço faz, e imaginava que podia estar nesta fase poder passar para a liderança?

- Não tinha essa ideia dos três meses, mas aquilo que me apetece dizer é: confiança no trabalho e que há um espaço enorme para melhorar. Há cerca de mês e meio que tinha essa convicção que nós, em função da evolução da equipa, podíamos chegar ao final do ano e encurtar distâncias para o primeiro lugar. Durante este mês, temos uma oportunidade muito boa de chegar a esse conforto. Mas, para tal, temos de continuar a trabalhar, perceber o que temos de fazer em cada momento e o momento.

- Como sente a equipa, perante a possibilidade de passar para o primeiro lugar?

- Estamos convictos de que vamos fazer um bom jogo. Sentimos espírito competitivo muito bom. Ainda hoje, no início do treino, o capitão transmitiu confiança e temos de estar todos juntos num círculo de equipa, como aquele que fizemos no final do jogo com o Mónaco, para que não entre nada de negativo. Porque a energia no grupo está muito positiva. É esse o nosso estado e e prolongá-lo no tempo, com boas exibições e bons jogos. Depois de eu falar, o Nico [Otamendi] quis transmitir isso. Todos temos de defender essa energia.

- Álvaro Carreras não vai estar disponível e tem sido determinante. Preocupa que ele não esteja?

- O Álvaro tem sido muito importante, mas não me preocupa a dinâmica. Para cada jogo procuramos a dinâmica ideal para jogar. O jogador que vai jogar sabe interpretar aquilo que queremos. Como tenho dito, todos contam e estão disponíveis para contribuir para o espírito da equipa.

- O Benfica tem três avançados que ainda só marcaram 14 golos. Já pediu um goleador ao presidente para este Natal?

- Não falei com o presidente sobre o mercado de inverno. Quando falo em avançados, conto também o Di María, Schjelderup, Akturkoglu, Beste… Todos têm contribuído com golos. Quando se olha para o número de golos dos pontas de lança, e para os movimentos e as oportunidades criadas pelos pontas de lança, temos de nos sentir realizados pelo trabalho e seguir a dar confiança aos homens da frente.

- Há rumores de interesse de alguns clubes em Arthur Cabral. Ele é um jogador chave para si?

- É estranho estarmos aqui a falar que os avançados não marcam os golos que deviam, em função das oportunidades que criámos, e simultaneamente haver interesse neles não marcarem e haver interesse neles. Ainda hoje o jornal A BOLA tem duas páginas, uma em que fala da falta de golos dos avançados, e na seguinte, fala da equipa que tem os homens da frente marcou o triplo [quase o dobro] dos da época passada, e que a equipa já tem mais de 50 golos e está a marcar mais. Nós olhamos para aquilo que há de positivo.

- Há alguma justificação para a seca de golos de Pavlidis, que não marca há três jogos?

- Seca de três jogos dos nossos avançados, acho exagerado. Se calhar, seca tem o Florentino que quando eu cheguei marcou logo dois golos e já está há dois meses sem marcar. Vou ter de apertar um bocadinho com ele. Os perfis dos três avançados é aquilo que gosto de ter numa equipa. Ter o Arthur, que é um homem de área, um cabeceador, que sabe movimentar-se entre os defesas. O Pavlidis que é um jogador diferente, que traz dinâmica ao jogo, joga bem entre linhas, com movimentos curtos. E o Zeki [Amdouni], que faz ataques às diagonais, quer curtas quer longas, que pode também jogar atrás do ponta de lança.

- O Benfica pode passar para a frente do campeonato, com dois jogos nos próximos dias, um deles em atraso. Isso traz maior pressão?

- Sentimos que todos os momentos são muito importantes para nós. Este momento poderia ser determinante, se o campeonato acabasse depois dos jogos com Aves, Nacional, Estoril e Sporting. Mas depois começa um novo ano, jogamos com o SC Braga e há toda a segunda volta.

- Qual a situação de Tiago Gouveia e Renato Sanches?

- Depois do último jogo, falei do Renato porque não tinha noção em termos de dias quanto tempo lhe faltava. Ele voltou hoje [sábado] a treinar com a equipa. Sentimo-lo feliz, com energia positiva e isso é uma nota importante, apesar de ainda não poder voltar a jogar com o Aves. O Tiago ainda tem algum tempo pela frente, mas não consigo dizer quando é que ele volta a trabalhar com a equipa.