Arouca «Se um jogador garantir sempre mais um golo que o adversário, pode estar parado o jogo todo, não há problema»
Armando Evangelista foi convidado do podcast brasileiro sobre futebol The pitch Invaders. O treinador do Arouca, que este sábado defronta o Casa Pia, falou sobre os desafios para um técnico na sua profissão e para esta época.
Evangelista falou sobre vários aspetos que auxiliam o trabalho do treinador. «Temos de ser muito assertivos e valorizar o trabalho de cada um. Preciso do tratador da relva para me deixar a relva impecável para poder jogar, para poder treinar, e se eu o respeitar como tal, e se ele se sentir integrado, no projeto e sentir que faz parte do sucesso do clube, eu acho que as coisas funcionam melhor. Acabamos por ganhar o respeito de todos e demonstrar que todos contam, todos são importantes. Por vezes só nos focamos nos nossos jogadores, mas isso não chega. Uma equipa de futebol é muito mais do que isso», explicou.
Um assunto mais delicado, a gestão do plantel. «Há sempre jogadores mais satisfeitos que outros. Isso não se consegue contornar. Quando sou apresentado pela primeira vez, em qualquer clube que vá trabalhar, dentro da minha apresentação aos jogadores costumo dizer uma coisa, à frente logo do presidente, do diretor desportivo: ‘Pessoal, vocês foram contratados, fazem parte deste grupo, vocês vão ser pagos para treinar e para treinar bem. Se há aqui algum elemento que foi contratado com outro objetivo, diga-me já’. É importante colocar regras logo desde o início. E temos de ser justos. Tanto com quem joga, como com quem não joga. Outro ponto importante, é que o grupo de trabalho confie plenamente nas ideias que vais transportar», sublinhou.
O treinador deixou uma imagem curiosa sobre a utilização dos jogadores. «Se me derem um jogador que me garanta sempre mais um golo que o adversário, pode estar parado o jogo todo, que não há problema. Se nenhum jogador me garantir isso, então vai ter de trabalhar.»
Sobre o trabalho no Arouca, Armando Evangelista destacou um projeto consolidado que começou na Liga 2, subiu à Liga e conseguiu manter-se. «O Arouca tem crescimento e estabilidade. Começámos aqui um projeto - é o terceiro ano -, que em Portugal ninguém acreditava que se pudesse estabilizar desta forma na Liga. A verdade é que, com vendas que temos feito, o crescimento tem sido notório. Houve um bom casamento entre aquilo as minhas ideias para a equipa, aquilo que eu sei e as necessidades que eu sei que a Direção tem, e acho que a direção também compreende as exigências que por vezes eu faço, pois estão cientes que eu me preocupo tanto com a parte económica como desportiva.»