Fulham «Se tiver de ir para a bancada, irei»

Expulso por críticas ao árbitro, Chris Kavanaugh, no jogo ante o Man. United (1-3), dos quartos de final da FA Cup (Taça de Inglaterra), no dia 19 do corrente mês, e já após um pedido público de desculpas, sob a forma de uma carta, escrita e divulgada na quarta-feira, o técnico português do Fulham, Marco Silva, de 45 anos, voltou esta quinta-feira, na conferência de imprensa de antevisão do duelo de sábado, para a Premier League, em Bournemouth, a sublinhar saber ser um exemplo e que a sua atitude pode ter repercussão negativa para com outros árbitros nos escalões mais baixos do futebol inglês.

Questionado sobre se estava consciente do impacto do seu comportamento, após a BBC ter levado a cabo um megainquérito, no qual mais de 900 árbitros responderam e 293 deles confessaram temer pela sua integridade - ou já ter sido vítimas de comportamento impróprio de técnicos, jogadores e/ou adeptos - e condição perante episódios como o protagonizado pelo treinador português e o avançado sérvio Mitrovic, Marco Silva reiterou o seu sentido arrependimento.

«Estou ciente das nossas responsabilidades, quer dos treinadores, quer dos jogadores, a este nível. Devemos ser um exemplo para todos os que estão a ver, na TV, no estádio, bem como para os adeptos das duas equipas. Reconheço que, em alguns momentos, deveríamos controlar melhor as emoções. Mas claro que sabemos as nossas responsabilidades e o que podemos e devemos fazer, assim como o o que não devemos fazer», disse o técnico luso dos londrinos aos jornalistas.

E ante a perspetiva de apanhar vários jogos de suspensão e fora do banco, Marco Silva prepara-se para encaixar o castigo que vier. «É sempre duro para qualquer técnico não estar no banco. Lamento a situação, mas se tiver de ir para a bancada [no jogo], é dali que terei de trabalhar», anuiu Marco Silva.

A federação inglesa (Football Association, FA) anunciara câmaras no corpo dos árbitros a partir de fevereiro, medida que não conseguiu implementar em tempo útil. Em 2021/22, 380 técnicos e jogadores foram suspensos por agressões ou ameaças aos árbitros nos escalões de base do futebol inglês.