O internacional português Bernardo Silva deixou neste dia, em entrevista à France Football, a convicção de que caso os bicampeões ingleses, o Man. City, cheguem ao ‘tri’ na Premier League e conquistem a Champions na temporada, «metade dos jogadores da equipa terá, com justiça de estar na lista de 30 nomeados para a Bola de Ouro». «Gostava muito de ganhar a Bola de Ouro, claro, mas nos dias de hoje ela é ganha por jogadores que marcam golos decisivos. Eu sou mais coletivista, mas claro que seria um orgulho ver o meu nome na lista nos 30 finalistas», disse o jogador, de 28 anos, formado no Benfica, numa entrevista em francês (jogou no Mónaco, recorde-se) e que será publicada nos próximos dias, mas da qual o L´Équipe teve já acesso a um excerto, em vídeo, que divulgou neste dia. «Se ganharmos a Champions e a Premier League, acho que temos de incluir o Erling Haaland na discussão do vencedor da Bola de Ouro de 2023. Neste momento, está muito aberto, há três ou quatro jogadores que a podem conquistar. Se fosse agora, teria de ir por Messi, claro, a Argentina foi campeã do Mundo. Mas também Mbappé está na discussão, pela época que fez pelo PSG e França. Se fosse júri do prémio, teria de ir por Messi, hoje. Mas o melhor é esperar pelo fim da época. Vinícius Júnior, do Real Madrid, também fez uma época fantástica, e se voltam a ganhar a Champions, não sei, não», disse Bernardo Silva, reconhecendo ser «um orgulho e também prestigiante para Portugal» caso o seu nome conste nos 30 finalistas indicados pela revista. «Portugal já teve três jogadores vencedores da Bola de Ouro, e não consigo ter preferência por algum deles. Primeiro foi Eusébio, o mais antigo a consegui-lo, e jogador do meu clube, onde me formei, o Benfica. Depois, quando tinha 10 anos, Luís Figo. E quando cheguei à Seleção, foi o Cristiano Ronaldo, o nosso capitão. Se ele fala disso? Algumas vezes, na Seleção, disse-nos que achava merecer mais, quando não a ganhou: Cristiano gosta de estar sempre no topo, é muito competitivo, claro que nunca está contente quando não ganha», revelou Bernardo Silva. «Quem não costuma estar nestas listas é o [Ilkay] Gundogan [médio alemão de ascendência turca, seu companheiro de equipa no Man. City], que acho que devia estar, e, estou seguro, estará nos próximos dois a três anos, de forma regular, pelo que joga. Mas, lá está, se o [Man.] City ganhar a Premier League outra vez e a Champions, acho que será da mais elementar justiça aí metade do onze da nossa equipa figurar nos 30 finalistas nomeados à Bola de Ouro», afirmou o internacional português dos ‘citizens’ na entrevista. «Foi estranho para mim ver o meu nome, pela primeira vez, numa dessas listas, ao lado dos melhores, como Messi e Cristiano, confesso. Pensei ‘uau, estou aqui, sou eu, entre os melhores’. Mas é uma boa sensação. Mas será muito difícil, um dia, eu ganhar a Bola de Ouro, pois são os jogadores que marcam os golos decisivos que costumam ser distinguidos, repito», disse Bernardo. «Mas temos tantos [candidatos a ganhar a Bola de Ouro] no balneário do City. Costumo fazer prognósticos, na brincadeira, com o [Riyad] Mahrez [médio argelino], digo-lhe que vou ser sétimo e ele 29.º. Já fui nono uma vez, e foi muito bom», desvendou Bernardo Silva, ciente de que muita da sorte dos troféus individuais de 2023 dependerá do que os comandados de Pep Guardiola farão no que falta de uma temporada em que ainda podem conquistar o ‘tri’ na Premier League de rajada, a Champions e a FA Cup (jogam a final diante do Man. United).
