Ainda passaram poucos dias desde a chegada de Sérgio Conceição ao comando técnico do Milan, mas desde o dia 31 de dezembro já se notam diferenças que adeptos apontam com agrado e a imprensa explora com olho clínico. Do ponto de vista da atitude, a «raiva» no banco, identificada por muitos tifosi nas redes sociais, é um dos pontos mais focados, em contraste com a personalidade mais fleumática de Paulo Fonseca. Uma forma de estar que ganhou pontos, naturalmente, depois da reviravolta frente à Juventus na meia-final da Supertaça (2-1). Com um espírito muito prático, o Milan marcou de penálti e com um autogolo depois de uma palestra ao intervalo que terá sido muito ao seu estilo. «Não estou aqui para fazer amigos, mas para ganhar», disse no final do jogo. Um pormenor entretanto saltou à vista: a conversa com os jogadores fez a equipa voltar para a segunda parte com atraso, o que motivou uma multa de €6 mil. Estes atrasos, recorde-se, ocorreram em grande quantidade nos tempos do FC Porto. O intervalo sempre foi uma oportunidade potenciada ao máximo pelo técnico, preferindo incorrer em multas para fazer passar a mensagem certa, no tempo certo. Do ponto de vista da abordagem ao jogo já se notaram as saídas de bola mais verticais em oposição ao futebol mais pausado de Fonseca, destacando-se a verticalidade dos laterais. A agressividade na segunda parte diante dos bianconeri foi igualmente destacada, reflexo de uma renovada «energia» que o ex-dragão trouxe. «Ele diz que temos muita qualidade e que temos de ser intensos», afirmou Álvaro Morata, que como os outros passou a treinar-se de... caneleiras, medida imediatamente implementada por Conceição, que também trouxe a roda para Milão: jogadores reunidos no fim, à imagem do que acontecia nos azuis e brancos. Nas decisões de mercado, já há pelo menos uma novidade: Tomori, que recebera guia de marcha de Paulo Fonseca e já estava a procurar alternativa para janeiro, vai ficar com Sérgio Conceição, treinador que terá a missão de retirar o melhor Rafael Leão. Mas mas não será para já: o internacional português só poderá jogar no máximo meia hora, amanhã, na final da Supertaça diante do grande rival Inter.
