O apuramento do SC Braga para a fase de grupos da Liga dos Campeões promoveu uma onda de entusiasmo sem precedentes e a gloriosa noite no Estádio Olímpico de Atenas fica como das mais importantes páginas na história do clube. As emoções andaram à solta na Grécia e intensificaram-se a partir do momento em que Bruma fez o 0-1 já na reta final da partida, com o extremo a levar a celebração para a zona da bancada que albergava a cerca de meia centena e meia de adeptos dos guerreiros. Naturalmente, o golo de Bruma teve efeito excecional e todos os jogadores que integravam o banco de suplentes dos guerreiros se juntaram ao extremo, mas a celebração da equipa não foi bem recebida pelos adeptos do Panathinaikos e durante alguns segundos choveram garrafas de água em direção à zona em que os festejos ocorriam. Os adeptos arsenalistas que acompanharam a equipa foram colocados numa zona lateral do Estádio Olímpico mas no anel inferior, e mesmo perante as rígidas medidas de segurança acabaram momentaneamente por ser alvo dos apoiantes do clube grego colocados precisamente na parte superior da bancada. O incidente foi rapidamente controlado e não houve danos físicos a assinalar, mas o momento ficou registado e deu nota da paixão dos adeptos do Panathinaikos. Uma paixão por vezes extrema, com o clube a apelar sistematicamente ao comportamento civilizado dos adeptos através da instalação sonora do estádio em mensagem de reação ao lançamento de petardos e à utilização de raios laser em direção dos jogadores. Depois do final da partida a equipa dirigiu-se novamente à zona onde estava a claque para um agradecimento especial, mas desta vez sem qualquer problema de maior a registar, uma vez que o estádio já se apresentava praticamente vazio de apoiantes do clube grego. A vontade de partilhar o sucesso com a meia centena de guerreiros estendeu-se também a António Salvador e poucos minutos depois do apito final o presidente do SC Braga deixou a zona da tribuna onde se encontrava, desceu as escadas, atravessou a pista de tartan e foi juntar-se aos adeptos para uma generosa celebração em plena bancada. A harmonia entre Salvador e a claque arsenalista foi momento especial na noite, mas a festa dos jogadores no balneário teve dimensão única. A celebração pela passagem ao quadro principal da Champions prolongou-se por mais de uma hora e a atmosfera de vibração e entusiasmo sentia-se a muitos metros dos bastidores, com o grupo a entoar diversas vezes o hino da Champions, revelando alegria indescritível perante o momento que estava a viver. A música, de resto, acompanhou os festejos durante largos minutos e a comitiva arsenalista só deixou o Estádio Olímpico mais de duas horas depois do final do jogo e já com o relógio a bater nas duas horas da madrugada no horário local. Os jogadores foram saindo do balneário felizes e sem pressa em direção ao autocarro, deixando no ar e a cada momento o retrato de uma noite inesquecível.