O vídeo publicado ontem pelo Real Madrid em resposta às acusações do presidente do Barcelona, Joan Laporta, de que os blancos tinham sido o «clube do regime» reabriu uma ferida em Espanha perante a troca de argumentos políticos. «É uma ofensa e um insulto a milhares de pessoas que sofreram com o regime franquista, e também o Barcelona, começando pelo presidente à época, Josep Suñol, que foi fuzilado», afirmou em conferência de imprensa Patricia Plaja, a porta voz da Generalitat, o governo da Catalunha, pedindo a retirada do vídeo e um «pedido de desculpa por terem ultrapassado uma linha vermelha». O ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, também foi duro nas palavras: «O que o Real Madrid está a fazer ao Barcelona, de impor um relato oficial em que os opressores são vítimas dos oprimidos, é o mesmo que fazem há décadas com a Catalunha.» No vídeo em causa, o Real Madrid tentou desconstruir a narrativa catalã, insinuando que foi o Barcelona o mais beneficiado na ditadura de Francisco Franco, lembrando que o Camp Nou foi inaugurado por um ministro do general, que o Barça condecorou Franco «em três ocasiões», que foi o ditador a salvar os catalães da bancarrota «por três vezes» e que ganharam 8 ligas e 9 taças com Franco no poder contra os «15 anos de espera» dos merengues para vencer a Liga.