Ricardo Horta deu a vitória ao SC Braga no dia em que se tornou no jogador com mais partidas realizadas na história dos guerreiros do Minho
Capitão bracarense colocou a cereja no topo do bolo e ofereceu a vitória num dia histórico. (Foto: Hugo Delgado/LUSA)

Moreirense-SC Braga, 1-2 R(e)icardo Horta no trono e com guerreiros de fibra

NACIONAL03.02.202522:03

Capitão passou a ser o jogador com mais partidas realizadas na história do clube (410), mas foi ele a dar a prenda. Golo inicial validado… seis minutos depois! Cónegos não aguentaram a pressão arsenalista

«Estou a ficar velho [risos]. É uma marca bonita, num clube centenário. Chegar a esta marca enche-me de orgulho e a fazer o que tenho feito até aqui, a ajudar o clube a conquistar vitórias». Foi desta forma que Ricardo Horta analisou, à Sport TV, o facto de ser o autor de uma página dourada na história do SC Braga. O capitão tinha acabado de realizar o 410.º jogo pelos arsenalistas, ultrapassando o malogrado e não menos histórico José Maria Azevedo nesse tão nobre patamar de um emblema que, no passado dia 19 de janeiro, tinha celebrado a bonita data dos 104 anos de vida. Ricardo Horta é uma instituição dentro da instituição.

E a celebração do internacional português estava destinada a preceito: vitória do (seu) SC Braga, com direito a reviravolta e com o golo do triunfo a surgir no último suspiro. Autor do momento? R(e)icardo Horta. Podia ter sido de outra forma? Eventualmente até podia, mas não seria, com toda a certeza, a mesma coisa…

Mas para que a festa fosse de arromba – que explosão de alegria dos milhares de adeptos bracarenses que estavam no topo do recinto dos cónegos, exatamente atrás da baliza onde o internacional português marcou -, muito teve o SC Braga de porfiar. E de sofrer.

Porque os comandados de Carlos Carvalhal tiveram pela frente um adversário que não demonstrou nenhum tipo de fragilidade emocional por estar a passar pela pior série de resultados da época – o Moreirense somou o oitavo jogo consecutivo sem vencer (sete para a Liga e um para a Taça de Portugal), sendo que o último triunfo, curiosamente diante do líder, Sporting, já data de 5 de dezembro de 2024. Os cónegos entraram praticamente a vencer, mesmo que a explosão de alegria tivesse de aguardar… seis minutos: o tento de Guilherme Schettine foi aos 4’, mas a confirmação do árbitro, após ver as imagens, surgiu apenas aos 10’. Em causa não esteve uma eventual falta de Marcelo sobre Lukas Hornicek após livre de Alan (apesar dos protestos dos bracarenses), mas sim um possível fora de jogo do capitão dos verdes e brancos do Minho que poderia ter importunado Paulo Oliveira quando este tentou impedir o golo. Depois da (longa) espera, a confirmação: golo dos cónegos.

Os bracarenses não foram incisivos na primeira parte e apenas Roger Fernandes, com um tiraço à barra (45+6’), ameaçou verdadeiramente Kewin.

Na etapa complementar tudo foi diferente. O SC Braga foi muito mais pressionante, aumentou a velocidade na circulação de bola, explorou os flancos e dispôs de várias situações para marcar. O gigante João Moutinho teve cabeça para o empate, após canto de Ismael Gharbi (66’), cabendo ao jovem hispano-francês cobrar também a bola parada que redundou no tento da reviravolta, com Ricardo Horta a carimbar o bilhete após cabeceamento de El Ouazzani.

O histórico R(e)icardo Horta subiu ao trono e conduziu os guerreiros ao quarto triunfo consecutivo. E o Bom Jesus continua… iluminado.