Reação à desvantagem, experiências e convocatória: tudo o que disse Martínez
Selecionador nacional reconheceu que a equipa não esteve bem no último terço; elogiou Francisco Conceição e deixou no ar a hipóteses de apostar numa linha defensiva de três
- Já tinha dito que precisava de perceber como Portugal ia gerir Portugal não só uma derrota como estar em desvantagem. Frente à Eslovénia teve as duas coisas. Que ilações tira?
- Não gostamos de perder, claro. Jogamos sempre para ganhar, acho que agora estamos mais preparados para o Europeu. Era perigoso ir ao torneio sem sofrer o primeiro golo do jogo, a reação foi difícil, a equipa não geriu bem a situação, mas o resultado podia ter sido diferente, tivemos uma bola no poste. A Eslovénia mereceu ganhar, para nós faz parte do processo. A ideia deste estágio não era ganhar jogos, era fazer experiências em certas zonas do relvado e ver o que podemos fazer de diferente. Não ganhámos em resultado, mas sim no processo de preparação da equipa para o Europeu.
- Portugal fez o primeiro remate aos 60 minutos, com Bernardo Silva e Bruno Fernandes ausentes, sentiu-se a falta deles?
- Sabíamos disso antes do jogo e não precisamos do jogo para saber o quão importantes são os jogadores da nossa Seleção. Hoje tentámos ver jogadores no miolo, Vitinha, Rúben Neves, Otávio, queria experimentar, mas nunca tivemos penetração no último terço, apesar de termos criado oportunidades e controlado o jogo. Gostei muito do Francisco Conceição no segundo tempo, é essa a informação importante do jogo antes da lista do dia 20 de maio.
- Faltou a atitude competitiva que se viu conta a Suécia? Com uma defesa a três a equipa sofreu. Deve a Seleção jogar com uma linha de quatro?
- A estrutura da equipa em relação aos jogadores que utilizamos é em função do adversário. A nossa posição é clara: precisamos de ser equipa flexível taticamente, tentámos hoje para anular os pontas de lança, que é o ponto forte da Eslovénia. Tudo depende do adversário. A atitude competitiva foi boa, a Eslovénia defendeu muito bem, mas não procurámos bem a linha de passe, não foi problema de foco, nem de atitude, foi falta de poder ter a decisão correta e procurar a linha de passe para o último terço, tivemos muita posse, mas precisávamos de executar melhor.
- Do ponto de vista individual ficou com mais dúvidas ou certezas para aos jogadores que leva ao Europeu?
- Temos mais informação agora do que antes do estágio, mais importante é saber se são 23, ou até 25 ou 26, agora temos mais informação para a última escolha.
- A Eslovénia surpreendeu-o de alguma forma?
- Não. É uma equipa muito bem organizada. Aproveito para endereçar uma palavra de apreço ao treinador, que esteve ausente por motivos pessoais. A equipa tem combinações fantásticas com os pontas de lança. Julgo que na fase de grupos têm uma ótima oportunidade incrível para seguir em frente, com três jogos para lutar por cada bola e a qualidade individual pode fazer a diferença.