10 setembro 2024, 17:25
«Sentíamo-nos acima dos outros e o futebol castigou-nos»
Rakitic lamenta não ter conquistado mais títulos com a camisola do Barcelona
Médio croata e ex-capitão da equipa espanhola explicou que Quique Flores não o queria no plantel, apesar de ter chegado ao clube apenas há alguns dias
Depois de seis anos no Barcelona, Rakitic decidiu regressar ao Sevilha, no verão de 2020, por quem já tinha jogado entre 2011 e 2014, e por lá ficou mais outros três anos e meio. No entanto, o croata saiu do clube em janeiro de 2024 e revelou, em entrevista à Marca, que tudo foi por causa da chegada de um ex-treinador do Benfica, Quique Flores.
O espanhol chegou em dezembro de 2023 e acabou por sair no final dessa temporada, mas o experiente médio rapidamente percebeu que não se identificava com o técnico, que exigiu a sua saída do clube: «Não, a ideia não foi minha, mas às vezes é preciso compreender o momento. Não me relacionei com o treinador e não se tratava de jogar ou não. Simplesmente, o que eu via como branco ele via como preto e vice-versa. Estava em casa, no sítio mais bonito do mundo, mas há que estabelecer prioridades e, para mim, essas serão sempre o Sevilha. Não há ninguém que possa lutar contra o escudo. Não posso pedir a um presidente que vá contra um treinador. Tive de me afastar e isso é ótimo.»
O atleta de 36 anos queria terminar a carreira na equipa da La Liga, mas isso não foi possível: «Era essa a minha ideia. Disse ao presidente que podia contar comigo durante os anos que fossem precisos: 1, 2 ou 5. Queria jogar pelo Sevilha, mas às vezes acontecem coisas assim. Fomos do mais baixo ao mais alto com o Mendilibar [conquista da Liga Europa] e foi uma pena não ter conseguido manter isso ao longo do tempo, mas o importante é o Sevilha, não o Ivan Rakitic.»
Por isso, o jogador foi para a Arábia Saudita, onde ficou durante seis meses, antes de regressar ao seu país, e foi treinado por um português, Vítor Pereira, agora no Wolverhampton: «Fomos para a Arábia com a ideia de procurar algo novo, diferente, e de repente surgiu a oportunidade de vir para a Croácia pela primeira vez na minha carreira. Discuti o assunto com a minha mulher e pensámos que era agora ou nunca. Queríamos conhecer a Croácia por dentro e eu estava ansioso por jogar no Hajduk, até porque o meu melhor amigo é de Split e sempre me disse… ‘Por favor, um dia, se tiveres oportunidade, tens de vir’. Lembro-me de quando lhe telefonei para lhe dizer que havia uma opção e ele começou a chorar. A verdade é que, até não ter estado lá dentro, não me tinha apercebido da grandeza do Hajduk. Acertámos a 100%. Não só com a equipa, mas também com a cidade.»
10 setembro 2024, 17:25
Rakitic lamenta não ter conquistado mais títulos com a camisola do Barcelona
Em solo croata, Rakitic está a ser treinado por Gattuso, uma personalidade completamente oposta a Quique Flores, e tem um objetivo claro para o seu fim de carreira: «O treinador é fantástico. Raramente tive uma ligação tão forte com um treinador. Ele sabe que ambos viemos para cá para ganhar, mas, acima de tudo, para ajudar a equipa a crescer, a cidade... tenho companheiros de equipa que são 19-20 anos mais novos do que eu. Eu poderia ser o pai deles. Gattuso é a pessoa mais importante da equipa e todos nós o seguimos, gosto de cada treino como uma criança. Por muito ou pouco que tenha ganho, quero continuar a somar e a incutir o gene da vitória no clube. Não é possível que o Hajduk não seja campeão há tantos anos, temos de mudar a história.»