Manuel Fernandes entra na galeria dos jogadores mais novos de sempre que atuaram como titulares no Benfica e estreou-se a marcar com somente 18 anos, um mês e dois dias, a 7 de março de 2004, num 2-1 em casa do Gil Vicente. Agora com 37 anos e contrato finalizado com os iranianos do Sepahan, o médio - que na carreira representou também o Portsmouth, Everton, Valência, Besiktas, Lokomotiv Moscovo, Krasnodar, Kayserispor e Apollon Smyrnis - foi campeão pelo Benfica em 2004/2005 e considerado um fenómeno por Giovanni Trapatonni, treinador italiano que nessa época conduziu os encarnados ao sucesso. Conhece, então, como poucos, o que passará na cabeça do jovem, e também médio como ele, João Neves. «Tive alguns problemas com a internet no Irão e não consegui acompanhar esta fase final do Benfica em que começou a jogar o João. Mas os meus amigos dizem que ele está muito bem», começou por esclarecer Manuel Fernandes em conversa com o nosso jornal. Apesar de não poder analisar em pormenor o que de novo trouxe João Neves à equipa do Benfica, nem de poder comentar o dérbi, que não viu, Manuel Fernandes deixa dois conselhos a Neves. E carregados de simbolismo. «Em primeiro lugar, o que lhe digo é que desfrute deste momento. Marcou o primeiro golo e logo num dérbi em casa do Sporting, um golo importante porque se o Benfica perdesse as coisas ficavam um pouco mais complicadas. Depois, que nunca deixe de acreditar, que nunca duvide das suas capacidades, da qualidade que tem, nos momentos menos bons que sempre acabam por surgir na vida de um futebolista. São estes os conselhos que gostaria que me tivessem reforçado nos tempos em que jogava no Benfica. Não é que não mos tenham dado, mas que tivessem sido reforçados.»
