Que instabilidade intolerável, a do dragão!
O FC Porto caminha sobre brasas e a contestação ao treinador Vitor Bruno subiu de tom com maus uma 'espera' à chegada da equipa ao Dragão, após o quinto jogo sem vencer fora, o segundo para a Liga
O FC Porto não vence nos cinco últimos jogos fora do Dragão e para a Liga há dois, incluindo a pesada e simbólica derrota na Luz, frente ao Benfica. Os portistas tinham a oportunidade, ontem, em Famalicão, de igualar o Sporting no topo da classificação, e manter-se com vantagem de dois pontos sobre o Benfica, ainda que com mais um jogo. Falharam, outra vez em reduto alheio, empataram onde as águias perderam na primeira jornada. Os outros desaires foram em Alvalade e a já referida, na Luz.
Não parece grave, considerando que, em casa, os azuis e brancos tem folha limpa, só com vitórias. Mas os adeptos, a maioria das claques, esclareça-se (tais como os que vaiaram a equipa do Sporting no sábado, à chegada após a segunda derrota na prova, ambas sob a vigência do novo treinador João Pereira), estão em polvorosa, querem a cabeça de Vitor Bruno, e o clima começa a tornar-se insustentável para o treinador promovido esta temporada à liderança da equipa. Palavra a André Villas-Boas.
A exibição do FC Porto com o Famalicão, oitavo classificado e carrasco do Benfica, foi quase tão sofrível como a dos encarnados com o V. Guimarães. Os dragões talvez até tenham sido mais dominantes do que as águias na Luz, frente aos minhotos, mas ainda menos acutilante ofensivamente do que os arquirrivais lisboetas. Defensivamente, idem. Depois ainda sofrem de autênticos anticlímaxes, como na jogada em que teriam dado a volta ao marcador (1-2), o árbitro (após consulta ao VAR) reverter para penálti… contra! É de meter os nervos em franja aos adeptos portistas. Valeu Diogo Costa, que classe deste guarda-redes(!), a defender e a evitar males piores, a derrota.
Neste campeonato de reviravoltas de Sporting e Benfica, o FC Porto é a constante. Mantém-se, sem oscilações, sem brilho ou sombra, e está longe de estar a atrasar-se irremediavelmente. Mas não convence. E nas bancadas do Dragão, Vitor Bruno é cada vez menos tolerado, ou estará perto de ser intolerado, que agrava (imenso) a instabilidade.