O arranque de temporada para os lados do Dragão não vem correndo da melhor forma. Instalado no 3.º lugar a três pontos do líder Sporting e com menos dois que o Benfica – e com visto já colocado na deslocação a casa do grande rival da Luz – o FC Porto cedeu cinco pontos, mas o único resultado que se pode considerar negativo terá sido o empate cedido em casa diante do Arouca, já que o desaire, mesmo que pouco habitual nos últimos anos em casa das águias, e perante um candidato ao título, não pode ser considerado fora do normal. Mas nestes quase dois meses de competição interna – já marcados negativamente pela perda da Supertaça em Aveiro – o pior para os adeptos portistas são mesmo as exibições de um conjunto ainda órfão de peças fundamentais nas mais recentes épocas como Matheus Uribe e Otávio, isto para lá do acumular de lesões do capitão Pepe e agora também da prevista longa paragem do seu parceiro no centro da defesa, Ivan Marcano. Tudo isto resulta no sofrimento dos adeptos azuis e brancos que viram os seus quatro pontas de lança (Taremi, Evanilson, Toni Martínez e Fran Navarro) apontarem, no seu conjunto, tão-só quatro golos nas sete primeiras jornadas da Liga (!) e que pode ser quantificado de forma bem simples, conforme quadro à parte: entre os quatro principais emblemas nacionais, o FC Porto é, e de longe, a equipa que menos minutos esteve a vencer no campeonato (num total de 177 minutos, bem menos que SC Braga (249’), Sporting (398’) e Benfica (460’), com a diferença para os encarnados a cifrar-se em 283’, ou seja, os campeões nacionais estiveram na frente do resultado quase mais cinco horas! Com cinco golos (metade dos 10 apontados na prova) a surgirem já para lá do minuto 90 – e que renderam três vitórias (uma com reviravolta diante do Rio Ave) e um empate, com oito pontos conquistados – os ansiosos simpatizantes portistas têm estado permanentemente à beira de vários ataques de nervos nomeadamente no seu estádio do Dragão onde, nas três partidas ali realizadas, só estiveram no comando do marcador em 71 minutos: 38’ contra o Farense e 33’ perante o Gil Vicente, já que com o Arouca nunca lideraram. Mas também fora de casa os dragões estiveram pouco tempo a ganhar: Moreira de Cónegos (25’), Vila do Conde (6’) e só na Reboleira perante o E. Amadora a equipa portista esteve mais confortável ao registar 75’ a triunfar desde que fez o 1-0 final logo ao minuto 29. Ou seja, apenas em 24% dos 734 minutos de jogo disputados pelos portistas no campeonato (já incluindo os 104 minutos de compensação que dispuseram), os seus adeptos puderam sorrir. Um valor claramente abaixo dos apresentados por SC Braga (35 %), Sporting (esteve a vencer em 56 % do tempo jogado incluindo 83’ para lá dos 90) e Benfica, que esteve no comando do resultado dos seus jogos em 64 % dos 720’ que realizou com 90’ de compensação). Invertendo agora a questão também é curioso olhar para o tempo no qual as quatro equipas estiveram na mó de baixo nos seus jogos. E neste departamento o Sporting pode-se orgulhar de ainda não ter estado um minuto sequer na posição de vencido nas sete jornadas iniciais. Já o Benfica esteve apenas a perder no Bessa entre o minuto 90+14 e o minuto 90+17 (3’), enquanto os dragões somam períodos negativos frente a Moreirense (16’), Rio Ave (39’), Arouca (25’) e os derradeiros 29’ do clássico na Luz, num total de 109’.
