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«Pressão tinha na favela, jogava contra traficantes»: o desabafo de proscrito de Amorim
Antony diz que a saída por empréstimo para o Sevilha foi a decisão certa: «Precisava de encontrar-me comigo mesmo e de ser feliz»
Antony, extremo emprestado pelo Manchester United ao Betis, deu uma entrevista à DAZN, na qual abordou as sensações antes do primeiro dérbi, este domingo, com o Sevilha, e a pressão no futebol, sem esquecer a felicidade que encontrou em Espanha, depois de ter sido descartado por Ruben Amorim na janela de inverno do mercado de transferências.
«Estou muito ansioso. As pessoas dizem que é muito importante, que é um jogo muito grande. Sei que todos os jogos são muito importantes, mas quando se fala de um dérbi é diferente. Ainda para mais a jogar em casa, para mim é muito importante, estou ansioso», partilhou, lembrando o carinho que encontrou no país vizinho.
«Sevilha lembra-me muitas coisas do Brasil. O sol, a comida, as pessoas... É muito importante para as pessoas que vêm do meu país», sublinhou, sem dúvidas de que foi a decisão certa: «Precisava de encontrar-me comigo mesmo e de ser feliz. A cada dia que passa acredito que foi a melhor decisão que poderia ter tomado. Aprendi muitas coisas boas no Manchester United, mas também tinha ali muitas coisas más.»
Sobre a pressão sentida, foi taxativo: «Quando me perguntam pela pressão, digo sempre que pressão tinha na favela, quando não tinha chuteiras para jogar. Às vezes ia para a escola de manhã e não comia. Olho sempre para trás quando passo por coisas difíceis. Agora estou a representar todos os que ficaram na favela (...) Jogava contra traficantes, com todos. Se me perguntares se tinha medo, claro que tinha, mas sempre tive uma personalidade muito forte. Quanto mais difícil era, mais queria estar. Quando passo por uma situação difícil, lembro-me do que passei na favela. Difícil era quando vivia lá.»
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