Quando faltam quatro jornadas para terminar o campeonato, o SC Braga aposta na sua fiabilidade defensiva para manter os goleadores do Benfica bem longe da baliza de Matheus. Os minhotos têm a terceira defesa menos batida da competição, com 25 golos sofridos, atrás de FC Porto (19) e Benfica (17). Em contrapartida, têm o segundo melhor ataque, com 66 tentos apontados, menos cinco que os encarnados e mais três que os dragões. Apesar de alguns reparos que têm sido feitos à defesa bracarense, o facto é que no campeonato a equipa de Artur Jorge está à porta de um registo histórico de jogos sem sofrer golos. Na atual campanha, os arsenalistas conseguiram um somatório de 16 desafios sem que Matheus fosse ao fundo da baliza buscar a bola. Melhor só em 2005/2006, quando o conjunto então comandado por Jesualdo Ferreira somou 18 jogos com folha defensiva limpa na Liga. Olhando para o calendário do SC Braga - Benfica, Santa Clara, Boavista e Paços de Ferreira -, abre-se a possibilidade de igualar ou até superar o recorde do professor. Matheus tem sido pedra basilar deste bom rendimento defensivo do SC Braga, confiando o luso-brasileiro no quarteto que o protege e na própria dinâmica da equipa quando fica sem bola. A reação à perda tem sido um dos principais méritos atribuídos aos arsenalistas. Neste domínio, o meio-campo, com Al Musrati e André Horta em destaque, alivia alguma da tensão que a defesa sente diante de equipas com blocos mais subidos, como é o caso das águias. Dos chamados três grandes, o Benfica é aquele que parece oferecer maior conforto aos bracarenses. Frente ao FC Porto perderam no Dragão (1-4) e empataram em casa (0-0) e com o Sporting empataram no Municipal (3-3) e foram goleados em Alvalade (0-5). Um resultado esmagador dos leões que se repetiria nos quartos de final da Taça da Liga. Já com os encarnados, a história foi diferente: triunfo por 3-0 em casa, num dos 16 jogos em que a equipa de Artur Jorge não sofreu golos. A juntar a isso, a eliminatória da Taça de Portugal ganha também em casa às águias no desempate por pontapés de penálti (5-4), depois de um empate a uma bola. Ou seja, Artur Jorge saiu sempre por cima nos duelos com Roger Schmidt. Só que desta vez o alemão tem a vantagem de jogar na Luz e com o apoio de mais de 60 mil almas...