O Pêro Pinheiro, sabe A BOLA, está a seguir atentamente a situação do Cova da Piedade SAD que não figura na lista dos clubes licenciados para disputar os campeonatos nacionais em 2023/2024. O clube de Sintra foi o melhor 3.º classificado da fase de subida do Campeonato de Portugal e, por isso, perfila-se para uma subida administrativa à Liga 3 se vier a ser determinado que a entidade que resulta da fusão entre o B SAD e o Cova da Piedade não cumpre os critérios estabelecidos pela Federação Portuguesa de Futebol. Quem o garante é Hélder Ferreira, atual vice-presidente do Pêro Pinheiro e que liderou a instituição até há duas semanas. «Concluímos o licenciamento em maio e foi-nos dito que estávamos autorizados a participar no Campeonato de Portugal ou na Liga 3. O Pêro Pinheiro cumpriu todos os requisitos a que está obrigado. É uma documentação muito rigorosa e muito elaborada, são precisos muitos documentos para participar no Campeonato de Portugal ou na Liga 3. O processo começou a 15 de novembro do ano passado», afirmou a A BOLA o também treinador da equipa sintrense, expectante quando ao desfecho deste processo. «Teve várias fases e o Pêro Pinheiro preencheu sempre a sua documentação», vincou ainda Hélder Ferreira, com uma certeza: «Na época que terminou só na última jornada não ficámos classificados para subir. Para a próxima temporada queremos construir uma equipa para lutar pelos primeiros lugares cimeiros. Por isso, se o Pêro Pinheiro for convidado de Federação é minha opinião que deveria aceitar participar na Liga 3.» A fusão entre o B SAD e o Cova da Piedade, que em 2021/2022 assegurou a permanência na Liga 3, mas acabou por cair nas provas da AF Setúbal depois de não ter conseguido cumprir os requisitos para garantir o licenciamento, foi aprovada pelos associados do clube de Almada no início de março. O acordo entre os piedenses e a Codecity, detentora dos direitos daquela sociedade desportiva, previa a mudança da denominação para Cova da Piedade SAD, a qual que assumiria a posição dos azuis do Jamor na Liga 2 ou na Liga 3, em caso de despromoção, o que acabou por acontecer – para isso, o Clube Desportivo Cova da Piedade passou a deter 10 por cento do capital social do B SAD, figurando estatutariamente como clube fundador. Os serviços federativos, porém, levantaram algumas questões relativamente ao processo, pelo que a licença não foi atribuída. Desta decisão já houve recurso, «o primeiro de vários», de acordo com nota assinada por Rui Pedro Soares, presidente do Conselho de Administração do B SAD, entidade que está a conduzir o processo. O dirigente não deixou ainda de expor uma situação em seu entender «absurda». «A validade da união entre as duas entidades é reconhecida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, mas não pela Federação Portuguesa de Futebol, pelo que estamos no absurdo de uma entidade cumprir os requisitos de licenciamento para disputar uma competição profissional, mas não os de uma competição inferior, não profissional», argumentou Rui Pedro Soares, convicto de que a razão prevalecerá: «Devemo-nos manter unidos porque a verdade nos dará razão ao inverso da vontade de muitos pelos anticorpos existentes no passado como é do conhecimento público. Mais se informa que a preparação da época 2023/2024 está em curso e assim continuará.» Nesse sentido, A BOLA apurou que o novel Cova da Piedade SAD não coloca de parte a reintegração administrativa na Liga 2, um cenário que dependerá da situação de terceiros, no caso, Leixões e Feirense, de acordo com fonte próxima do processo consultada pelo nosso jornal.