- Pedro Gonçalves perdeu o protagonismo do golo. Que razões encontra para os números menos eficazes desta época? - Bem… quando não existia um homem de referência, como é agora o caso de Gyokeres, era muito mais requisitado pelos colegas e aparecia em zonas de finalização. Agora tendo um jogador mais de área passará a ser mais ele a trabalhar para esse mesmo homem. Porque quando ele [Gyokeres] não estiver veremos certamente um Pedro Gonçalves mais na frente, a assumir o risco na finalização e do próprio jogo. É perfeitamente natural. - O jogo com o Arouca assistiu Morita num lance em que foi à linha cruzar como um extremo de raiz. Vamos ver mais isso? - Da forma como joga o Sporting é certo que veremos o Pedro Gonçalves mais em zonas de cruzamento nas laterais, porque ele o faz muito bem. Mas por essa mesma razão é que faz sentido ter um homem de área. E há Morita a aparecer e outros na área. Será mais requisitado nisso, mas sabemos a qualidade que tem e a qualquer momento, a forma requintada que tem no remate, que é tremenda, irá sempre arriscar o golo. Os sportinguistas podem estranhar um pouco os números, mas o que têm de ver é que agora existe um homem de área. Ele, como todos os outros, têm de trabalhar para esse jogador. - Vai deixar de marcar golos com Gyokeres no ataque? - Os números que tem são impressionantes e a forma como finaliza parece natural. Até fácil, pois marca fazendo passes à baliza, mas não é. Vai continuar a marcar, certamente. Agora se calhar terá mais assistências que propriamente golos. O que ele fez no primeiro e segundo ano foi muito mais do aquilo que tinha de dar. Mas lá está. Não tinha um homem de referência e precisava de assumir mais o jogo. - Pode ser benéfico tirar-lhe essa pressão? - Acho que será melhor para ele. Vamos poder ver, nos próximos jogos, um Pedro Gonçalves a jogar de maneira diferente, muito mais