Bruno Lage não quis alongar-se nem em análises, nem em balanços daqueles que foram os seus primeiros dez jogos (5 vitórias, 5 empates) no comando técnico do Botafogo. «Não tenho o ego tão grande ao ponto de dizer que esta equipa tem a minha cara. Neste momento, não importa aquilo que alcançámos. Importa ver a equipa com uma média de golos ligeiramente superior, ou constatar que a equipa está mais pressionante, porque isso também vai ao encontro das características dos jogadores, Não ter a cara ou o dedo do treinador, mas sim de todos os jogadores que trabalham diariamente», disse o técnico português, que recusou ainda comparações ao trabalho do seu antecessor, Luís Castro: «Parece que era tudo perfeito antes de eu chegar, ou que a equipa jogava sempre bem, que marcava golos sempre, ou que jogava na Sul-Americana com a mesma qualidade que jogava no Brasileirão ou que a equipa nunca tinha sido eliminada de uma competição. Não, aconteceu disso tudo antes de eu chegar aqui.» Lage tem sido criticado pela forma como tem gerido a equipa, já vaiada em alguns jogos, e aproveitou para responder: «Podem pensar que estamos a fazer gestão (de jogadores), mas não estamos. A nossa gestão é diária e com o objetivo de preparar a equipa para o melhor momento. Por vezes, as pessoas olham para as nossas opções sem entender. Parece que caí aqui de paraquedas, mas tenho mais de 20 anos de experiência. Por vezes, falam de mim como alguém que saiu diretamente das bancadas para treinar um grande clube. Se há uma equipa e jogadores que não merecem ser vaiados são os jogadores do Botafogo.» Bruno Lage falava após o triunfo (3-0) sobre o Bahia, de Renato Paiva, que permitiu ao Botafogo manter os onze pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Palmeiras, de Abel Ferreira. «As vantagens nunca são boas, temos os pés bem assentes no chão. Já alguém ganhou o Brasileiro com 51 pontos? Então temos de continuar a trabalhar», avisou. Já o Bahia segue para a 22.ª jornada no 16.º lugar, o primeiro acima da linha de despromoção. «Foi um jogo ingrato», desabafou Renato Paiva. «A minha equipa fez uma boa exibição, perde por 0-3 com 17 rematas contra oito do adversário. Vitória da eficácia, não tem outra forma de definir. Passamos muito tempo no campo defensivo do Botafogo», finalizou.