Uma pedrada no charco que já teve repercussões. José Faria assumiu a vaga deixada por Filipe Martins no comando técnico e não só alcançou a primeira vitória da época, como matou um borrego: foi a primeira vez que os tricolores conquistaram três pontos diante do Moreirense na Reboleira. É certo que o golo que o E. Amadora marcou aos dois minutos permitiu administrar o jogo de outra forma, mas, diga-se, que esta equipa apresentou muita qualidade. Jovane Cabral foi titular, um trunfo que José Faria quis jogar, e logo justificou a aposta. Pela esquerda, encostado à linha, como tanto gosta, recebeu de Kikas e isolou Bucca que, após ter ganho um ressalto não se fez rogado, e foi de trivela que o argentino inaugurou o marcador, deixando as bancadas em ebulição. Estava dado o mote para aquilo que viria a ser uma primeira parte de gabarito dos tricolores. Jogadas com princípio, meio e fim, perigo a rondar a baliza dos cónegos, jogadas ao primeiro toque num futebol muito bem trabalhado. O guardião Bruno Brígido lançou muitas bolas na profundidade, e numa dessas ocasiões o esférico foi parar ao (excelente) pé esquerdo de Alan Ruiz, que colocou nas costas da defesa, Maracás hesitou no corte e Kikas, de pé direito, teve sangue frio para temporizar e esperar que Kevin Silva caísse para rematar para o fundo das redes. O Moreirense sentiu muitas dificuldades em agarrar o fio à meada, ainda assim, foi equilibrando a partida, com o Estrela mais confortável a gerir. Destaque-se lance protagonizado por Asué, aos 33', que, após cruzamento de Frimpong, surgiu no coraçao da área para cabecear com peso, conta e medida levando Bruno Brígido a brilhar entre os postes. Mesmo ao cair do pano Jovane Cabral esteve perto do terceiro, a descobrir espaço nas costas da defesa e a rematar às malhas laterais da baliza à guarda de Kewin Silva. No segundo tempo, sem mexidas nos onzes, o Moreirense surgiu mais afoito, a chegar cada vez mais perto da baliza, mas a muralha defensiva dos tricolores esteve inabalável, com destaque para Diogo Pinto, que não permitiu que Gabrielzinho abrisse o livro. O minutos 58 acabou por marcar o ponto de reviravolta, com o árbitro Miguel Fonseca - que hoje fez a sua esteia na Liga - a reverter uma decisão de penálti a favor do Moreirense, tendo comunicado aos presentes que no início da jogada havia fora de jogo de Maracás. O jogo conheceu, então, o período mais quezilento, recheado de faltas (durinhas) - que o diga Nani, recém lançado no jogos que, por duas vezes, foi derrubado de maneira forte e feia -, o que acabou por afetar o espetáculo, mas que o Moreirense aproveitou para crescer no jogo até conseguir reduzir a desvantagem. O cronómetro marcada o minuto 83, quando, num canto batido no lado esquerda, Maracás cabeceou ao primeiro poste, a bola sobrou para o outro lado onde apareceu Rúben Ismael para fazer a emenda. Os tricolores estremeceram, principalmente depois de verem subida a placa do tempo de compensação: 13 minutos, isso mesmo, treze! Justificados pelas paragens para análise do VAR no lance de reversão do penálti e nas assistências a Nani. Nesse período o Estrela ainda festejou o terceiro golo, da autoria de Rodrigo Pinho, mas que viria a ser anulado, por falta de Paulo Moreira sobre Antonisse, que valeu a expulsão do treinador dos cónegos, César Peixoto, que gesticulava e gritava em bom tom que era falta. E mesmo no último suspiro do jogo, o Moreirense esteve perto do empate, com um cabeceamento de Dinis Pinto, que passou a rasar o poste direito! O pano fechou-se com total simbiose entre jogadores e adeptos tricolores, que festejaram uma tão anseada vitória que teimava em acontecer. Está dado o pontapé na crise. Veja abaixo o resumo do jogo.