O Benfica qualificou-se para a final da Taça da Liga, na quarta-feira, com uma vitória por 3-0 frente ao SC Braga e uma grande exibição de Ángel Di María, que marcou dois golos e foi responsável por muitos outros lances entusiasmantes. O extremo argentino, com o talento dele, liderou uma equipa que conseguiu responder e dar uma imagem bem diferente da deixada nas derrotas nos dois jogos anteriores, com Sporting e SC Braga, ambos do campeonato, e que fragilizaram o balneário e o treinador, Bruno Lage. A final da Taça da Liga vai ser jogada amanhã, frente ao Sporting, em Leiria (19h45), e para esse duelo os encarnados vão de confiança renovada e muito graças ao efeito Di María, que não só continua a fazer a diferença como é, aos 36 anos e a poucas semanas de completar 37 (a 14 de fevereiro), ainda mais influente que na época passada. O Benfica terminou 2023/24 com 114 golos marcados em 56 jogos. Di María foi o segundo melhor marcador da equipa, com 16 golos e 13 assistências (atrás de Rafa, com 22 golos) em 48 jogos. Somando golos e assistências, o atacante argentino esteve em 26,3 por cento dos golos das águias no final da época e no conjunto das competições. Agora, em 2024/25, quando o Benfica já fez 27 jogos e marcou 63 golos, e Di María marcou 13 golos e fez seis assistências em 25 jogos, a conclusão é que El Fideo é ainda mais influente na capacidade goleadora da equipa — esteve em 19 dos 63 apontados pelas águias, o que quer dizer que teve influência direta em 30,1 por cento dos golos. Mas é ainda possível concluir que o contributo do extremo é mais preponderante se analisarmos o que ele produziu em novembro, dezembro e agora no início de 2025. Di María fez frente ao SC Braga, na meia-final da Taça da Liga, o terceiro bis dele na época (FC Porto, Nacional e SC Braga); também já marcou um hat trick (ao Estrela da Amadora na Taça de Portugal) e fez duas assistências num mesmo jogo (Mónaco, na Champions). Desde 1 de dezembro, o Benfica marcou 13 golos, Di María marcou cinco e fez uma assistência — esteve, portanto, em 46,1 por cento dos golos dos encarnados nesta fase. Se recuarmos até ao clássico com o FC Porto para o campeonato, que o Benfica venceu por 4-1, a 10 de novembro do ano passado (quando Di María conseguiu o primeiro bis), as águias marcaram 27 golos e o extremo foi responsável por 10 golos e quatro assistências — esteve em mais de metade dos golos da equipa, em 52 por cento (51,8%)! RENOVAÇÃO VAI AVANÇAR Di María mantém-se como o jogador mais diferenciado do plantel e o rendimento dele torna ainda mais pertinente a questão da renovação do contrato, que termina no verão. O caso é especial, o dele e de Otamendi, central argentino que também finaliza a ligação ao clube esta época, e Rui Costa sabe disso. «Temos um carinho muito grande por Di María, e ele pelo Benfica. E também acredito que é por isso que ele está neste momento com o maior entusiasmo. Parece que nada ganhou no futebol e está à procura de qualquer coisa», disse o presidente do Benfica em dezembro, à margem do sorteio do Mundial de Clubes que decorreu em Miami, nos EUA. «A relação que tenho com ele permite-nos avaliar [a renovação] mais perto do final da temporada. Iremos fazer essa avaliação. Seremos os dois a fazê-lo, porque a nossa relação sempre foi muito boa, sempre foi muito sincera e honesta [...]. Estou convencido de que teremos Otamendi e Di María no Mundial», disse ainda Rui Costa, referindo-se à nova competição que vai ter palco nos Estados Unidos da América entre junho e julho deste ano. Di María renovou contrato para esta época e colocou o Benfica como prioridade depois das ameaças a ele e à família que fizeram ruir o sonho de regressar ao futebol argentino, ao Rosario Central, clube da terra e onde se lançou no futebol. A estrela argentina deseja despedir-se das águias com títulos e, como os números dele provam, está a lutar muito por eles.
