Nápoles «Os meus rapazes foram bravos: vénia a Maignan pela sua exibição»
O treinador do Nápoles, Luciano Spalletti, está longe de ‘atirar a toalha ao chão’ no duelo dos quartos de final da Champions ante o Milan, apesar da derrota (0-1) dos ‘partenopei’ na noite desta quarta-feira, em San Siro (Milão, Itália), no encontro da primeira mão dos quartos de final da Champions de onde sairá o rival de Inter de Milão ou Benfica nas ‘meias’, e no final do qual elogiou Mike Maignan, o guardião francês do AC Milan, grande responsável por Mário Rui e companheiros de equipa não terem marcado um golo nos primeiros 90’ de uma eliminatória com 180’.
«Nada tenho a digerir, pois é tempo perdido comentar um jogo depois dele realizado: não há volta atrás. Vou, antes, cumprimentar Maignan [guardião do Milan] por aquilo que fez, e o Milan, que é, efetivamente, uma grande equipa. Mesmo com dez jogadores [Anguissa expulso, aos 74’], estivemos bem. O jogo foi dentro daquilo que prognosticava e os meus rapazes foram bravos», afirmou o técnico dos ‘partenopei’, no final do jogo em San Siro, à Sky.
«Lembro-me do ambiente no Diego Armando Maradona no último jogo com eles para a Serie A [0-4, vitória do Milan, com os ‘tiffosi’ napolitanos em grande contestação], e ainda espero uma explicação. Viram o ambiente escaldante de San Siro nesse jogo e como os adeptos nos apoiaram agora? Então a jogar em casa somos contestados, ouvimos os mil adeptos do Milan que lá foram, no Diego Armando Maradona? É uma coisa incrível», foi o seu lamento.
Quanto à prestação da sua equipa – ele que apresentou o defesa lateral-esquerdo internacional português Mário Rui a titular (substituído aos 81, por Olivera), nada a apontar ao destacadíssimo líder da classificação da Serie A, que se já não tinha o seu goleador, o avançado nigeriano Victor Osimhen, por lesão, perdeu, para o encontro da segunda mão, ainda o médio camaronês Anguissa, expulso, e o defesa-central sul-coreano Kim Min-Jae (acumulação de ‘amarelos’ na Champions).
«Somos uma equipa ainda e sempre um pouco em formação, mas com belíssima qualidade. E temos de nos haver com situações incríveis, como essa da contestação dos nossos adeptos no último jogo para o campeonato diante deste mesmo Milan. Não posso nem quero ouvir só os adeptos do Milan, na terça-feira, no Estádio Diego Armando Maradona. Os rapazes merecem sensibilidade e respeito», foi o apelo que deixou aos adeptos que, depois do último título em 1990, ainda Maradona era a estrela da equipa, anseiam por, 33 anos depois festejar novo ‘scudetto’… mas agora é a Champions que conta.
Spalletti deixou, no entanto, algumas críticas à atuação do árbitro romeno, Istvan Kovács. «Guardo na memória o cartão amarelo a Zielinski e o que não mostrou mas devia tê-lo feito a Krunic», além, claro, da expulsão do camaronês Frank ‘Zambo’ Anguissa com dois cartões amarelos no espaço de apenas três minutos do encontro (71’ e 74’).
«Talvez tenha sido pesado em demasia. Será uma ausência difícil para a segunda mão, mas temos jogadores que podem fazer a sua posição, pelo menos na essência [médio defensivo]. Lamento não ter Anguissa para o segundo jogo, é injusto não o termos, mas vamos governar-nos com o que há. O pior é que quando ele foi expulso já tinha planeado a sua substituição, estava a decidir-me era por quem. É desagradável ter perdido dois minutos a pensar quem seria o terceiro jogador a entrar», confessou Spalletti, à despedida dos jornalistas, citado pelo diário desportivo italiano Corriere dello Sport.