Os lesionados, as politiquices e o reforço que não joga na Champions: tudo o que disse Lage

Benfica recebe Moreirense no Estádio da Luz na tarde deste sábado e Bruno Lage diz que a equipa está mais forte, depois dos reforços de Inverno. Mesmo com lesionados...

Há 9 jogos que o Benfica não tinha uma semana para preparar um jogo. Como foi preparar este jogo com o Moreirense, que já tirou pontos aos grandes e afastou o FC Porto da Taça de Portugal?  

Foi ter tempo de recuperação e ter a oportunidade de treinar alguns momentos que eram importantes treinar. Até porque, recebemos três jogadores novos e é importante que eles perceberem a nossa dinâmica. Vamos defrontar uma grande equipa, que está a fazer um bom campeonato, em particular em casa, quer na taça, quer no campeonato. Uma equipa com uma qualidade de jogo muito interessante, com uma boa dinâmica na frente. Em particular, nos corredores laterais, com muitas combinações entre os alas, e com um meio-campo muito interessante, É uma equipa que gosta de ter a bola e nós temos que estar ao nosso melhor nível, como sempre, para vencer.  Esse é que é o nosso grande objetivo, porque vamos entrar novamente num ciclo terrível. Não tanto pela sequência de jogos, como foi o último mês, mas sim pelo espaço de tempo entre os jogos. Mas, o foco, e aquilo que nos interessa neste momento, é o Moreirense e jogar em casa. Porque gostamos muito de jogar em casa, gostamos muito de jogar no Estádio da Luz, gostamos de jogar perante os nossos adeptos, porque são a alma do clube. O apelo que faço, como fiz há 15 dias, é para, durante os 90 minutos, sermos todos Benfica, no apoio, como sempre, à equipa. Foi assim com o Barcelona, foi assim com o Famalicão, foi assim em Turim, foi assim na Amadora. Por isso são 90 minutos de apoio total à equipa. Foi a mensagem que eu quis passar há 15 dias, com o blindar o Estádio. É exatamente isso. Que todas as diferenças, as politiquices, quer internas, quer externas, até mesmo os ataques dos nossos adversários, fiquem fora do Estádio. Que os adeptos tenham essa capacidade, e essa paixão, de blindar o Estádio, assim como eu, na minha competência, de blindar o balneário, daquilo que não interessa, e focarmos apenas no futebol e na paixão pelo Benfica. 

Esta semana já trabalhou com os novos reforços. O que é que tem sentido ao trabalhar com eles, o que é que podem acrescentar ao plantel e já são opção para este jogo? 

Sobre os reforços, foi tal como o Presidente falou após o jogo da Juventus, foram pequenos ajustes que nós tínhamos de fazer na equipa. Também um pouco em função daquilo que foi o meu trabalho, e um conhecimento mais profundo sobre a equipa nestes últimos cinco meses. O grande motivo foi trazer competitividade à equipa e qualidade. Estamos muito satisfeitos com o trabalho que toda a estrutura fez para conseguir estes jogadores. São jogadores de enorme qualidade e neste momento com plena noção e consciência da responsabilidade da minha parte, porque a equipa fica mais a meu gosto, porque traz-nos uma competitividade enorme. Dou-vos um pequeno exemplo daquilo que eu quero dizer: é olhar para a posição entre o Manu e o Florentino. O Manu que nos traz uma capacidade de construção que acho que é muito importante, uma equipa como a do Benfica a ter, mas simultaneamente temos o Florentino, que é o melhor recuperador de bolas da Liga dos Campeões. É isto que eu quero nas diversas posições. É esta competitividade interna que eu acho que é importante, porque nós temos de ser competitivos lá fora, contra os nossos adversários, mas primeiro temos de ser competitivos aqui em casa. Por isso, este é o equilíbrio que eu quero para o plantel, esta é a competitividade que eu quero e este exemplo é muito bom para todas as outras posições. E sim podem jogar. 

Que importância é que o clássico poderá ter na temporada do Benfica, e se poderá ajudar a definir aquilo que vai ser na temporada do Benfica? 

É um jogo importante para o campeonato, para a temporada do Benfica não pode ser. Para a temporada do Benfica aquilo que nos importa neste momento é o nosso jogo com o Moreirense e a capacidade que a equipa tem em fazer um grande jogo. Esse é que é o nosso foco e aquilo que nos interessa neste momento.  

Há um tempo disse que tinha um plano para o Prestianni. Com a entrada dos novos reforços, esse plano para o Prestianni foi por água abaixo? E o Rollheiser está completamente de fora? 

Nós temos que ter uma ideia e um projeto para todos os jogadores. Neste momento aquilo que posso dizer do Prestianni é que nada muda. Temos para o Prestiani, temos para o João Rego, como temos para ‘n’ jogadores que trabalham diariamente. Até temos para os mais velhos. Olhamos para o jogador, independentemente da idade, para perceber como é que o podemos ajudar a jogar em função daquilo que nós queremos. Há jogadores, até mais velhos, que têm tido uma evolução significativa da forma de jogar, até mesmo em termos de rendimento. À semelhança do Prestianni veja o plano que nós tivemos  com o Carreras, o Kokçu...  Agora, não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. O que é fundamental é os jogadores terem consciência daquilo que nós pretendemos para eles, a curto, médio e a longo prazo. A nossa forma de trabalhar é olhar para cada um deles em termos pessoais e perceberem que contributo  podem ter na equipa. 

O Di Maria está lesionado ou está disponível? 

O Di Maria não está disponível para este jogo e a nossa ideia é que, eventualmente, no próximo jogo já possa estar.  

De que politiquices é que fala que quer afastar? 

Todas as situações políticas. Nós sabemos o que é que vai acontecer até outubro. Vai haver eleições, e vai haver politiquices internas e externas. Interna foi a demissão do vice-presidente, e as externas, eventualmente, são outras candidaturas que possam querer concorrer contra o nosso presidente. Eu, como treinador, máximo responsável pela equipa, tenho a responsabilidade de blindar o balneário sobre esses assuntos. E os adeptos blindar o estádio porque dentro do estádio é para jogar futebol. As diferenças não existem, o que existe apenas é o sentimento de apoiar a equipa e de gostar da Benfica. 

O que é que o Belotti pode dar à equipa, que o Benfica ainda não tem? 

Pode ser que uma opção, já para o jogo de amanhã. O Arthur Cabral lesionou-se. Acabamos por ter as mesmas soluções. Vamos também olhar um bocadinho para aquilo que tem sido o papel do Zeki, que é um avançado que gosta de jogar numa linha mais recuada. Havendo a oportunidade de trazer um ponta-de-lança, mais de área, nós vamos fazê-lo. Nós podemos eventualmente utilizá-lo mais como ponta-de-lança e o Zeki pode ser esse jogador numa segunda linha. É um jogador com muita experiência, foi uma oportunidade de negócio, com um empréstimo, e nós queremos é tentar tirar o melhor rendimento dele. Vai relançar a carreira num grande clube. Tem a oportunidade de jogar no campeonato nacional e todas as competições onde estamos  inseridos. Temos muita confiança nele. 

Chegaram quatro reforços, mas só pode escrever três na Liga dos Campeões. Quem é que ficou fora da lista de inscritos e porquê? 

O Bruma. Pelo simples facto de ter dois jogos de castigo para cumprir. Estivemos a analisar todas as circunstâncias em função do plantel, e às várias soluções disponíveis, e ficou o Bruma de fora.  

Em setembro apresentou-se e disse que queria um plantel curto. Recebeu quatro reforços e só sairiam dois. Ainda espera que consigam dispensar mais alguns?  

Hoje treinámos com 19 jogadores, por isso está curto, está competitivo e está equilibrado. O mercado ainda está aberto em algumas zonas, por isso vamos ver o que pode acontecer até o final.