Os destaques portistas: Alan Varela levantou o muro que Otávio começou a derrubar
Alan Varela, aqui com Gyokeres, foi muitas vezes uma barreira intrnasponível (Foto Miguel A. Lopes/Lusa)

Sporting, 2 - FC Porto, 0 Os destaques portistas: Alan Varela levantou o muro que Otávio começou a derrubar

NACIONAL01.09.202400:04

Argentino a erguer barreiras e com corte providencial; brasileiro deixou fugir Gyokeres e foi o que se viu; Galeno ficou perto do golo

A figura: Alan Varela (nota 7)

O argentino foi uma parede no meio-campo portista ao impedir que o Sporting, como gosta, construísse jogo pela zona central, mostrando-se sempre muito atento às movimentações contrárias. Ao minuto 52 a barreira transformou-se em muro bem levantando, impedindo, em cima da linha de baliza, num lance de intuição muito acima do normal, que Gyokeres inaugurasse o marcador, travando-a em cima da linha de baliza. Em noite com os artistas do FC Porto em greve de zelo foi o principal engenheiro na equipa comandada por Vítor Bruno. Falta-lhe mais audácia, mas pode ser que esta chegue com o tempo porque o meio-campo de equipa grande tem de ser mais audaz e com maior exuberância na hora de construir jogo ofensivo. Adiante se verá se a ampulheta do tempo lhe será favorável…

6 Diogo Costa — Por estranho que possa parecer em noite de clássico, não executou qualquer defesa de elevado grau de dificuldade. Costuma ser herói nos penáltis mas desta vez Gyokeres puxou muito a bola, colocando-a na malha lateral quando o guarda-redes já tinha atirado, precisamente, para o lado contrário. No golo de Geny, apenas se tivesse asas conseguiria impedi-lo e os heróis não têm asas, têm capa… Louve-se a forma como colocou sempre a bola jogável em zonas adiantadas do terreno. Numa equipa com dificuldades de construção, não foi de somenos.

6 Martim Fernandes — Miúdo atrevido na hora de subir pela faixa e abrir novos horizontes à sua equipa. Mais complicadas foram as situações em que Pedro Gonçalves e Gyokeres resolveram cair na sua área de jurisdição. Aí teve de aparecer Ivan Jaime a dar-lhe uma ajuda.

6 Zé Pedro — A semana passada culminou com uma renovação de contrato que premeia a forma como tem evoluído no contexto de equipa principal. Numa noite da sábado não foi atrás da febre em que os leões quiseram colocar o jogo em efervescência e fica na retina aquele corte absolutamente fantástico a impedir Trincão de inaugurar o marcador quando tinha a baliza completamente à sua mercê. O mais atinado na linha defensiva portista.

4 Otávio — Começou o jogo a poder cobrir-se de glória caso aquele canto cobrado por Alan Varela por baixo tivesse encontrado um melhor destino no seu pé esquerdo. Porém, o remate saiu muito por cima e deixou-o a dizer mal da sua sorte. No lance do penálti a favor do Sporting não foi sorte ou azar mas sim uma questão de frieza na análise da jogada. Não fez contenção, deixou espaço para Gyokeres arrancar, mas se esforçou para o tentar apanhar, mas tendo em conta os metros que o sueco já lhe tinha ganho, colocou-lhe a mão nas costas e não deixou outra alternativa ao árbitro que não marcar grande penalidade. Portanto, pode dizer-se que Alan Varela levantou um muro fruto daquele corte em cima da linha de baliza ao minuto 52, mas o brasileiro começou a derrubá-lo porque do penálti resultou o primeiro golo leonino.

7 Galeno  — Jogou a falso defesa esquerdo, derivando muitas vezes para o meio para iniciar a primeira fase de construção da sua equipa, que denotava algumas dificuldades nesse capítulo. Desta vez não marcou pela primeira vez num encontro oficial mas ficou perto disso, com dois tiros de fora da área (41 e 60) a obrigarem Kovacevic a aplicar-se para impedir que o FC Porto inaugurasse o marcador.

6 Vasco Sousa — É uma autêntica formiguinha a meio-campo, tentando sempre encontrar o melhor carreiro para fazer fluir o futebol ofensivo portista. Falta-lhe talvez uma pincelada mais de arte para que os quadros saiam mais bonitos e com matizes mais padronizadas para outro tipo de futebol da sua equipa, com maior dose de imaginação.

4 Iván Jaime — Até começou o jogo buliçoso no ataque e a recuar até linhas recuadas, tal como o treinador lhe pediu para impedir os alas contrários de criarem perigo. No entanto, foi deixando de cumprir o caderno de encargos, especialmente na fase ofensiva e, entre o deve e o haver, o encontro não lhe deixará muitas saudades.

5 Nico González — Jogando um pouco mais adiantado no terreno de jogo e pedia-se uma dose extra de criatividade, algo que não demonstrou. Muito focado em fazer com eficácia no toque e passe, faltaram-lhe atributos para outro tipo de nota.

5 Pepê — Naquela dupla função de esticar à frente e cortar linhas atrás, fez alguns cortes providenciais mas a duplicação de tarefas fez com que o FC Porto não fosse tão imaginativo como já foi noutras ocasiões. E como o FC Porto se ressentiu disso…

5 Namaso — O mais avançado dos portistas começou o jogo destacando-se na forma como pressionou a primeira fase de construção dos leões, ganhando algumas bolas mas sem que tivessem um proveito ofensivo condizente com os desejos do corpo técnico portista.

4 Eustáquio — Apenas se viu num amarelo após parar uma investida de… Gyokeres.

5 Gonçalo Borges — Foi o homem que tentou algo de novo no ataque.

4 Samu — Tem muita altura mas… não se viu.

4 João Mário — Sem impacto.

4 João Mário — Sem impacto.

— Fran Navarro — Ainda menos.