Lazio-FC Porto, 2-1 Os destaques do FC Porto: A filigrana de Fábio Vieira encheu o Olímpico de Roma
Uma derrota escusada, por causa de dois erros defensivos, já nos tempos de compensação. Djaló a subir de forma, Eustáquio coração-de-dragão e o regresso de um 'gunner' já perto do melhor que sabe deram os sinais mais positivos entre os portistas
O melhor em campo: Fábio Vieira (8)
Foi do pé esquerdo de Fábio Vieira que saíram as notas mais harmoniosas da visita dos dragões a Roma. Muito mais solto a jogar pelo meio - em princípio nas costas do ponta-de-lança, mas com um raio de ação alargado, ao invés do que sucede quando se sente espartilhado do lado direito - o dez do FC Porto deixou uma marca indelével de classe no passe para Galeno, aos 66 minutos, que foi na prática geometria no espaço, na jogada que terminou com o golo de Eustáquio. Antes, estivera perto de marcar (34), mas a bola embateu na barra e no poste ao mesmo tempo. Deixou meio mundo de boca aberta quando, aos 43 minutos, saiu de uma cabina telefónica cheia de laziali, numa ação que foi um portento de técnica. Único senão: ainda não tem 90 minutos para dar.
6 DIOGO COSTA – Um jogo muito ingrato, como é hábito para os guarda-redes que defrontam equipas italianas, para o internacional português que, sem ter tido qualquer hipótese de dessa nos golos, teve uma noute de escasso trabalho, limitando-se a sacudir um ou outro cruzamento e a fazer uma boa defesa, aos 21 minutos, a remate de Vecino.
4 MARTIM FERNANDES – Não teve a noite que desejaria, muito por culpa do compatriota Nuno Tavares, um lateral extremamente ofensivo, que apoiou Zagagni (e por vezes Pedro) no ataque à ala direita do FC Porto. Também não foi das suas melhores prestações a subir pela ala, e deu a frente a Romagnoli no primeiro golo da Lazio.
4 NEHUEN PÉREZ – Realizou uma exibição sólida e competente, apesar de condicionado por um cartão amarelo visto aos 39 minutos, até à beira do fim, quando se deixou bater ingenuamente, no jogo aéreo, no lance do golo decisivo de Pedro Rodriguez.
6 TIAGO DJALÓ – Jogador que não gosta de correr grandes riscos, preferindo um futebol por vezes pouco académico, esteve bem pelos ares, e foi decisivo em dois cortes a cruzamentos da esquerda de Nuno Tavares (73) e Pellegrini (90). Teve uma grande iniciativa aos 30 minutos, culminada por um remate forte que não saiu longe do alvo.
6 FRANCISCO MOURA – Fez um jogo de menos a mais. Começou pouco confortável, tremendo perante Tchaouna e Marusic. Depois cresceu em confiança e teve dois momentos importantes: quando cruzou com muito perigo aos 86 minutos, e quando desviou um remate muito perigoso de Isaksen (88).
4 ALAN VARELA – Andou à procura da bola nos primeiros 20 minutos e só a partir desse momento ganhou alguma influência na manobra portista. Demasiadas vezes metido entre os centrais, acabou por ser batido por Castellanos, de cabeça, no lance do golo de Romagnoli. Foi bem substituído.
7 EUSTÁQUIO – Mais um portista que iniciou a partida com muitas dúvidas, que foi transformando em certezas à medida que os minutos passavam. Apesar de ter sofrido uma entrada duríssima logo aos quatro minutos, foi um verdadeiro guerreiro, especialmente na segunda parte, sentindo-se bem no duplo-pivot com Nico González. No golo, executou friamente um remate seco, sem hipóteses para o guarda-redes grego da Lazio.
5 DANNY NAMASO – Tinha uma missão difícil de executar, porque foi-lhe pedido que fosse apoio a Samu e uma ponte entre a dupla Varela/Eustáquio e o resto da equipa. Acabou por passar discretamente pelo jogo.
6 GALENO – Trabalhou muito, apesar de ser marcado impiedosamente por Gigot, deu, especialmente na primeira parte, várias linhas de passe letais a Samu, que nunca o municiou em condições, e teve o mérito da assistência para Eustáquio, depois de ter recebido um passe ‘made in heaven’ de Fábio Vieira, no golo do FC Porto.
4 SAMU – Discreto, desinspirado, pouco confiante, o jovem avançado espanhol teve uma noite que não constará do álbum das suas melhores memórias. Falhou um golo feito, aos 45 minutos, a passe de Galeno.
5 PEPÊ – Poupado por Vítor Bruno, o habitual titular mexeu bem no flanco direito, onde João Mário, entrado no mesmo minutos, beneficiou da ajuda recebida. Ainda teve alguns lampejos atacantes e acabou amarelado por protestos.
5 Nico González – Mal entrou o FC Porto cresceu em lucidez e arrancou para o seu melhor período, coroado com o golo de Eustáquio. Nunca se furtou ao trabalho defensivo, ou seja, nunca deixou Eustáquio desamparado no meio.
4 JOÃO MÁRIO – Manteve uma luta acesa com Pedro, que a páginas tantas caiu sobre a esquerda do ataque laziale, apoiado por Nuno Tavares, e a seguir por Pellegrini. Teve no posicionamento defensivo no jogo aéreo a sua maior debilidade.
— ANDRÉ FRANCO – Devia ter pressionado Isaksen com mais convicção no lance do 2-1.
— DENIZ GUL – Pressionou no ataque, sem fazer a diferença.