Os destaques do FC Porto: a Champions é mesmo a praia de Galeno
A festa de Galeno depois de marcar um golo sensacional (FOTO: GRAFISLAB)

Os destaques do FC Porto: a Champions é mesmo a praia de Galeno

NACIONAL21.02.202422:20

Golo sensacional do extremo, que na 1ª parte tinha falhado o alvo em dois momentos incríveis; Otávio em estreia e a abrir caminho para a felicidade; Alan Varela em todo o lado, Francisco e Pepê irrequietos

A Figura: Galeno (8)

Condicionou Declan Rice ao arrancar uma falta que valeu cartão amarelo ao médio inglês, aos dois minutos. O momento mais inacreditável (aliás, dois) aconteceu ao 22’, quando desviou a bola cruzada por Francisco para o poste direito da baliza de Raya e, na recarga, já em desequilíbrio, falhou por completo o alvo. A sensação de golo fez o público saltar da cadeira e agitar-se, mas o melhor estava reservado para o minuto final da partida. Quando parecia que lhe falhava energia, que a bateria estava esgotada, marcou um golo sensacional, de fora da área, um arco triunfal que deixa o FC Porto em boa posição na eliminatória. A Champions é mesmo a sua praia: cinco golos e três assistências na prova.

Diogo Costa (6)— Autêntico bloco de gelo na baliza portista. Imune aos disparos, cantos e livres do Arsenal, saiu sempre aos cruzamentos com precisão e segurança. Apesar das ameaças, não foi forçado a nenhuma defesa de risco, o que diz muito sobre o mérito da estratégia defensiva do FC Porto.

João Mário (7)— Só por uma vez Martinelli escapou ao seu radar, com Pepe a tentar a dobra e Alan Varela a resolver o assunto com a limpeza do costume. Um centro mais atrevido num dos poucos lances de ataque em que participou, mas defensivamente esteve a um nível elevado, tendo em conta as trocas constantes de referências – Havertz também procurou pressionar o lateral portista.

Pepe (7)— Uma falta feia sobre Odegaard poderia ter-lhe valido sanção do juiz neerlandês (16’). Escapou ao amarelo, assim como fugiu bem das zonas de pressão, sacudindo o perigo com facilidade e dando o corpo ao manifesto nos livres e cantos dos londrinos. Corte fenomenal num lance de desequilíbrio defensivo do FC Porto (56), a salvar a pele a Otávio.

Otávio (7)— Não se deixou contagiar pelos nervos na estreia a doer na Champions. Impôs o físico nos lances de bola parada defensiva, nos cantos não se intimidou com a pressão dos homens mais atléticos do Arsenal, e procurou simplificar a circulação da bola nas saídas planeadas para o ataque desde a sua área. Facilitou um pouco no um contra um com Odegaard em zona crítica, a sorte é que o norueguês cometeu falta. Foi dele o passe para Galeno desenhar a obra de arte que foi o seu golo!

Wendell (7)— Ter Saka como referência de marcação é garantia de noite de trabalhos forçados. Assim aconteceu, saiu perto do final do jogo completamente de rastos. Fez um corte em cima da linha de fundo para desviar o cruzamento do jovem inglês. A bola ainda beijou a trave da baliza de Diogo Costa, mas já tinha saído (34). Competente, cumpriu com rigor a sua missão.

Nico González (7)— Ganhou bem uma bola a meio-campo e posicionou-se para o disparo, mas o que lhe sobrou em fé faltou-lhe em pontaria (38). ‘Amarelado’ depois de uma falta necessária sobre Havertz, o espanhol foi muitas vezes pronto-socorro de Alan Varela (e vice-versa), numa sociedade que retirou ímpeto a Rice e Odegaard, apesar da maior posse de bola dos ‘gunners’.

Alan Varela (8)— Dobra preciosa do argentino a tirar a bola a Martinelli quando este já tinha deixado Pepe para trás e ameaçava a baliza de Diogo Costa (64). Em toda a linha, foi mais uma grande partida de um médio completíssimo, com a rara faculdade de estar em todo o lado. Nem se pode dizer que apaga fogos – ao mínimo sinal de faísca, Varela é impiedoso e mete o pé, abafando o incêndio.

Francisco Conceição (8)— Teve uma primeira aceleração pela direita a cruzar para Galeno criar duas situações gritantes de golos (e gritou-se mesmo golo, no Dragão), aos 22’. Acompanhou bem as subidas e descidas do bloco portista, consoante as necessidades estratégicas e o espaço dado pelo adversário, e cometeu uma falta útil que lhe valeu o amarelo (52). Ao contrário do que acontece na Liga teve de recuar mais metros, mesmo assim criou mossa no Arsenal e num túnel a Jakub Kiwior foi travado à margem das leis.

Pepê (8)— A descobrir Evanilson livre dos centrais aos 40 minutos, num dos poucos buracos que o Arsenal não tapou na sua área - pontapé do ponta de lança fez a bola sair dócil para as luvas de Raya. A vontade de injetar um ataque planeado andou frequentemente de mãos dadas com a urgência de não perder a bola em zona proibida. Grande jogada pela direita a servir Evanilson – valeu o corte de Rice (67).

Evanilson (5)— Descaído na direita, apareceu aos 40’ no bico da pequena área para rematar cruzado, com David Raya a segurar sem problemas. Sem um metro quadrado de espaço, ainda disparou uma bola bem metida por Pepê, mas Rice intrometeu-se a tempo.

Iván Jaime (5) — Lançado aos 80’ para ocupar a zona de Nico González, numa lógica de conferir mais ideias e iniciativa ao meio-campo, e aproveitar a dinâmica de Pepê para encurtar caminhos para a área inglesa. Ainda foi a tempo de fazer a diferença.

Toni Martínez (-) – Celebrou o belo momento de Galeno

Gonçalo Borges(-) — Cinco minutos, mais descontos, para tentar desunir a defesa do Arsenal.

Eustáquio (-) – Entrou aos 90’ para substituir um Wendell absolutamente dinamitado depois de dura batalha com Saka.