Os destaques do Benfica: Tengstedt madrugou para o golo na noite em que Trubin foi gigante
Trubin (IMAGO/ChristianxMoser)

Os destaques do Benfica: Tengstedt madrugou para o golo na noite em que Trubin foi gigante

NACIONAL17.12.202323:50

Avançado dinamarquês atacou cedo o ponto mais fraco dos arsenalistas; jogo de superação de João Neves e Kokçu a mostrar que pode ser criativo e operário; Rafa endiabrado e João Mário, mesmo que perdulário, a ser importante

A figura do jogo: Trubin (8)

Primeira intervenção sem carga dramática, a segurar uma bola rematada por Álvaro Djaló (9’) para pouco depois, sim, mostrar agilidade e instinto num segundo disparo do bracarense, a que respondeu com uma intervenção extraordinária. Na segunda metade, nova ameaça, mas de Banza, bem resolvida pelo ucraniano. O momento mais incrível foi mesmo a defesa com o pé a tirar o empate a Banza. Que momento incrível, mesmo em desequilíbrio conseguiu o que parecia impossível, perante o desespero do atacante franco-congolês. Se o Benfica saiu de Braga com os três pontos bem pode agradecer ao seu guarda-redes, que foi uma autêntica muralha.

AURSNES (6) — Relativamente confortável com as visitas de Bruma e Djaló pelo seu flanco, a troca frequente de referências não o confundiu nem o atirou para um plano de sacrifício na primeira parte. 

ANTÓNIO SILVA (7) — Espreitou o golo aos 10’, com um remate de cabeça que saiu por cima da barra. A cinco minutos do intervalo interrompeu com um corte providencial diálogo entre Djaló e Ricardo Horta que levava promessa de golo bracarense. Nos momentos de maior aperto respondeu com valentia.  

OTAMENDI (7) — Meteu Banza no bolso no primeiro período e quase sem querer esteve perto de fazer o 0-2 num livre de Di Maria. Matheus afastou a bola para o corpo do argentino, no que seria um golo caricato. No segundo tempo, houve menos sintonia entre a defesa, mas no meio do caos foi sempre a voz que impôs ordem.  

MORATO (5) — O cartão amarelo aos dois minutos, por falta dura sobre Djaló não o deixou tranquilo. Nos duelos que teve de travar com Bruma e Djaló usou uma certa margem de segurança que, a dada altura, poderia ter sido mais bem aproveitada pelos extremos bracarenses. 

JOÃO NEVES (7) — Uma atuação, mais uma, de enorme entrega e sacrifício, acima de tudo isso, porque o meio-campo do SC Braga obrigou-o a noite de trabalhos forçados. A esse desafio respondeu com cortes cirúrgicos (destaque para um, aos 19’, na área, quando Otamendi já tinha sido ultrapassado) e muita dedicação. 

KOKÇU (7) Notável a primeira parte do turco, intenso, a procurar a bola e sobretudo a não dar iniciativa ao adversário. Destruiu pela base a ideia de que o seu lado criativo prevalece quase sempre sobre o operário. Ontem coabitaram numa partida de exigência máxima. Foi dele o passe a isolar Tengstedt, após perda incrível de Zalazar.

DI MARIA (7) - Num jogo que começou a um ritmo alucinante, o argentino não precisou de entrar na mesma sintonia para marcar a diferença. Os passes requintados, a sua lucidez na leitura dos movimentos de ataque e, sobretudo, os seus livres colocaram o SC Braga em sentido. Aos 17’, levou um bola à trave e aos 28’ ‘apertou’ Matheus, quase forçando o erro do guardião. 

RAFA (7) - Levou o terror à defensiva bracarense. A sua velocidade foi uma constante ameaça e, do ponto de vista estratégico, representou uma mais-valia na fase de maior ascendente do Benfica. Faltou-lhe o golo, que podia ter alcançado aos 30’, quando de desembaraçou de Serdar. Brilhante a jogada individual a isolar João Mário para um golo fácil que o médio desperdiçou. 

JOÃO MÁRIO (6) - Desempenhou papel importantíssimo para o Benfica chegar cedo à vantagem, ao tirar a bola a Zalazar, mas aquele falhanço incrível aos 48’, só com Matheus pela frente após trabalho sensacional de Rafa, foi de bradar aos céus. Não obstante essa ocasião falhada, que o penaliza, foi fundamental nos equilíbrios defensivos (ajudou muito Morato) e quase sempre eficaz nas transições ofensivas. 

TENGSTEDT (7) - Roger Schmidt tirou notas preciosas do jogo do SC Braga em Nápoles, percebendo que a matriz defensiva dos minhotos pedia um jogador com mobilidade e rasgo para explorar a lentidão dos dois centrais. O dinamarquês foi essa peça: isolado por Kokçu teve frieza para superar Serdar e bater Matheus. No tempo de compensação da primeira parte, aqueceu as luvas do guardião arsenalista num disparo forte, fora da área. 

MUSA (4) - Referência atacante mais fixa, ainda que com capacidade para explorar a profundidade. O que não aconteceu. A sua presença foi bem assimilada pela defesa bracarense. 

GONÇALO GUEDES (5) — A substituição que fez mais sentido, na medida em que a dada altura o Benfica abdicou de pressionar alto e com Gonçalo Guedes a defesa contrária voltou a ter uma ligeira dor de cabeça para iniciar desde a sua área os lances de ataque.

FLORENTINO (-) - Entrou aos 79’, atirado para um autêntico turbilhão, quase que deitado numa cama de pregos. Sentimento de desconforto que se foi acentuado à medida que o SC Braga cresceu e ameaçou chegar ao empate.