Os destaque do SC Braga: Roger puxou pelo melhor Bruma
Num jogo de extremos, como um carrossel descontrolado, dois bracarenses trouxeram a esperança de reviravolta; grande golo do Djaló, mas na parte final, com a equipa a 'dormir', foi injustamente penalizado com o golo de Akhundzade
A figura do jogo: Roger (7)
Se do lado do Qarabag o herói do jogo, Akhundzade, tem apenas 19 anos, o SC Braga alimentou a esperança de reviravolta com um talento um ano mais novo, destemido e corajoso, sem medo dos duelos e com superlativa qualidade. Numa fase do desafio em que recuou para lateral-direito, surgiu muito oportuno na área para responder a um cruzamento bem medido de Bruma. O 0-1 convertido por Roger animou o coletivo, reavivou a crença e empolgou o SC Braga, ao ponto de pouco depois a eliminatória estar empatada. Depois do golo do Qarabag continuou a puxar pela equipa, tornando o seu flanco uma via privilegiada para chegar à baliza de Lunev.
Matheus (7) - Condenado por dois erros defensivos graves, num final de tarde/noite em que defendeu tudo o que era humanamente possível, mantendo a equipa viva na eliminatória. Zoubir, Leandro Andrade, Vesovic - por duas vezes - foram travados pela classe do guardião, que nada podia fazer para evitar a festa de Matheus Silva e Akhundzade.
Víctor Gómez (4) - Muito mais em jogo no arranque do segundo tempo, quando o SC Braga assumiu a necessidade de dar largura ao seu futebol e apostar na subida do lateral espanhol. Na sua melhor fase foi substituído por Bruma. E não saiu nada satisfeito…
Paulo Oliveira (4) - Alguns erros de posicionamento na primeira parte, porém, aos 14’ estava no sítio certo quando Juninho já preparava o remate na pequena área. Mais desafogado depois do Qarabag ficar reduzido a dez homens. A dormir, como toda a equipa, no livre do Qarabag que originou o 2-3 e o fim abrupto do sonho europeu.
Niakaté (4) -Corte fundamental na resposta ao centro de Benzia que tinha como destino Juninho, completamente solto de marcação (29). Nem sempre a parceria com Paulo Oliveira foi eficaz e as falhas foram sendo compensadas pelas ações irrepreensíveis de Matheus.
Borja (5) -Tal como aconteceu com Victor Gómez, gozou de mais liberdade para subir no 2.º tempo e ainda mais depois do Qarabag ficar reduzido a 10 unidades. Algumas dificuldades para controlar Vesovic e Leandro Andrade. Saiu aos 69’ quando Artur Jorge apostou tudo no ataque.
João Moutinho (4) - Primeiros 45 minutos para esquecer, com a superioridade do meio-campo do Qarabag a prevalecer. Mais leve e solto depois do intervalo, mas com um a mais o SC Braga reordenou o miolo e sairia aos 69’ para dar lugar a Vítor Carvalho.
Rodrigo Zalazar (4) -Longe da influência que lhe é reconhecida na criação de jogo ofensivo da equipa. Somou imensos erros na transição e para agravar o quadro também não teve índices decentes no aproveitamento dos lances de bola parada. Substituído por Ndour, pouco antes da expulsão de Jafarguliyev.
Pizzi (3) - Um disparo de longe, denunciado e sem direção, foi a imagem fiel de uma atuação pálida, sem chama, em que revelou dificuldades em ligar jogo com o meio-campo e encontrar zonas interiores para criar desequilíbrios. Sem surpresa, ficou no balneário ao intervalo, rendido por Álvaro Djaló.
Banza (5) - Ao longo do jogo foi bem anulado pela defesa azeri. Inesperado, mesmo, foi aquele corte desastrado na área, após livre de Jankovic, a amortecer a bola para o disparo fatal de Matheus Silva, a fazer o 1-2. Ganhou o penálti (falta cometida por Mustafazade) e converteu com enorme classe dos 11 metros para concretizar o 1-3.
Abel Ruiz (4) -Marcou aos 79’, golo prontamente anulado por ter controlado a bola com o braço – o VAR acabaria por confirmar a decisão do árbitro. Pouco esclarecido, tanto na fase de maior poderio do Qarabag, como depois, quando os bracarenses atacaram com tudo.
Djaló (6) - Um momento à Galeno. Soberbo o remate em arco e colocado do extremo, a fazer o 0-2. Foi um importante balão de oxigénio para o SC Braga procurar ganhar a eliminatória ou, na pior das hipóteses, levar a questão para o prolongamento. Acaba – injustamente – por ficar ligado ao golo de Akhundzade. Tentou remediar o mal, quando o resto da equipa ficou cristalizada…
Ndour (6) - Trouxe renovada chama e mais organização ao meio-campo, tirou a equipa de um certo marasmo em que caíra, explorando de forma mais inteligente a superioridade numérica que o SC Braga gozava.
Bruma (7) - De regresso à competição e aposta certeira de Artur Jorge, na medida em que foi dele o cruzamento largo para Roger faturar e animar as hostes bracarenses. Mas não se ficou por aqui: libertou Djaló para o sensacional golo do extremo que empatou a eliminatória.
Rony Lopes (4) - Apagado e deslocado do jogo.
Vítor Carvalho (5) - Trave-mestra da estabilidade que o coletivo pedia para atacar com tudo a baliza do Qarabag. Mais músculo, mais e melhor presença nas zonas de conflito, apoio efetivo aos centrais quando o adversário despejava bolas para a área.
Serdar (4) - Não trouxe ao eixo a segurança que precisava.