O País despediu-se do comendador Rui Nabeiro. O senhor Rui, como carinhosamente a população de Campo Maior o tratava. Todos fizeram questão de estar presentes. A pacata vila alentejana saiu à rua para o último adeus. Compreensivelmente. O senhor Rui ajudava todos e todos lhe estão gratos. Eternamente. Falecido no domingo, aos 91 anos, foi esta terça-feira a enterrar na sua terra. A sua terra de sempre. Onde nasceu. Onde construiu o império do Grupo Nabeiro - Delta Cafés. Onde sempre viveu. E onde quis ficar após a morte. Centenas de pessoas acompanharam o funeral. Naturalmente. Todos o admiravam. Da Igreja Matriz, onde puderam assistir à missa através de um ecrã gigante, até ao cemitério, numa caminhada de quase uma hora. A acompanhar a família e a população pelas ruas de Campo Maior estiveram as três principais figuras de Estado. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o primeiro ministro, António Costa. A cerimónia contou também com duas atuações musicais, uma da fadista Carminho, a outra do coro da Fundação Calouste Gulbenkian. Empresário de sucesso, teve uma passagem pelo futebol. Levou o seu Campomaiorense à 1.ª Divisão e à final da Taça de Portugal e também aí mostrou ser um senhor. O presidente da Liga, Pedro Proença, marcou presença no último adeus, bem como inúmeros profissionais que passaram pelo clube. De origens humildes, Rui Nabeiro era um homem do povo que sempre ajudou o povo. Destacou-se pelo empreendedorismo e, principalmente, pelo humanismo. Foi um exemplo. Para todos. Por isso deixa um legado. Partiu um homem bom.
