Armando Evangelista fez esta quinta-feira a antevisão ao último jogo da temporada, sábado (18 horas), no Algarve, frente ao Portimonense. O Arouca ainda aspira ao 5º lugar. Como está a motivação da equipa, já com a qualificação garantida na Liga Conferência? «Esperamos que os índices de concentração e de querer vencer continuem no máximo para que possamos ir a Portimão fazer um bom jogo. A nossa preocupação durante esta semana foi manter esses índices de confiança e ambição. Creio que a mensagem foi bem recebida e sinto o grupo ainda motivado por querer ganhar o último jogo.» O Portimonense já cumpriu os objetivos. Espera um adversário mais relaxado? «O Portimonense já alcançou os seus objetivos, é uma equipa em que o fator psicológico e anímico não está a afetar os jogadores e isso leva-os, durante o jogo, a ações e a tomadas de decisão que por vezes só se fazem nos treinos, levando-os a sobressair e a elevar o seu jogo. É, claro, uma equipa que vai querer despedir-se bem diante dos seus adeptos e sem a pressão do resultado. Penso que isso nos pode causar constrangimentos. Por outro lado, os jogadores tendem a querer aproveitar o tempo de palco para poderem mostrar o valor que têm e tudo isso faz-me prever que teremos em Portimão um jogo equilibrado e competitivo.» Pegou no Arouca na Liga 2 e hoje celebra o apuramento para as provas europeias. Como está viver esta passagem pelo clube? «Depois de três anos trabalho e de muito sucesso em Arouca, é para mim um motivo de muita satisfação chegar a esta marca, que é a “Europa”. Houve progresso, houve evolução, sinto orgulho naquilo que conseguimos nestes três anos, sinto orgulho na estrutura e em todos os jogadores, não só os atuais, mas em todos os que serviram o Arouca nestes três anos. É um selo merecido para quem esteve envolvido neste projeto que começou há três temporadas.» O projeto do Arouca foi o maior desafio da sua carreira? «Foi um grande desafio. Já tive outros que me deram muito prazer, por exemplo quando subi o Vitória de Guimarães B para Segunda Liga. Este desafio em Arouca está, sem dúvida, no grupo dos mais prazerosos. Por vezes há muito boas intenções, mas não se consegue alcançar o que se pretende. Em Arouca superamos os objetivos, encurtando também o número de anos para os alcançar. Tem sido um desafio tremendo, mas com um fim fantástico.» Neste caminho de crescimento, até onde pode ir o Arouca? O que poderá ganhar mais? «Poderá ganhar mais sustentabilidade, continuar a ter a capacidade de projetar ativos e de fazer o clube crescer financeiramente. É isso que poderá garantir um maior crescimento ao clube, para que se torne ainda maior. Poderá ainda fazer crescer a união da vila com o clube. Tem-se feito muito nesse sentido, mas parece-me que se pode fazer ainda mais, criando condições para chamar mais adeptos ao futebol. O Arouca é das equipas com menor média de assistências e isso deixa-me um bocadinho triste, porque não sendo Arouca um município com muita população, tem condições para poder crescer neste aspeto. E continuar também na ambição de fazer campeonatos tranquilos e de poder continuar a espreitar a Europa.» Nesta senda de sucesso, que marca distingue na sua equipa? «Temos um plantel homogéneo, o que elevou o nível de competitividade interna, fazendo também com que a equipa jogue sem grandes oscilações de rendimento. O que define a nossa forma de estar em campo é os jogadores não terem medo de errar ou de perder, os jogadores não se esconderem da bola nem do jogo e libertarem-se para porem em prática aquilo que treinam e o plano de jogo. Ter ainda uma equipa com setores bem ligados, com capacidade de atrair e de explorar a profundidade. Nunca tivemos medo de errar, foi essa a mensagem que o grupo entendeu, o de saber lidar com as vitórias e sobretudo com as derrotas, superando-as.» Para o último jogo da Liga, Armando Evangelista não pode contar com os lesionados Michel, Weverson, Dabbagh e Vitinho.