O plano do Sporting para o próximo mercado
Rúben Amorim quer a equipa mais fresca para o jogo em Itália (IMAGO)

O plano do Sporting para o próximo mercado

NACIONAL09.03.202400:15

Posições a reforçar no verão: guarda-redes, central, extremo e ponta de lança. Quando se diz que o plantel é curto, leões já pensam na próxima época, em que pretendem voltar a jogar numa Liga dos Campeões agora renovada; grupo mais extenso; Dário Essugo e Mateus Fernandes na equação do meio-campo

O tema da fadiga da equipa do Sporting, associado ao facto de o plantel poder ser curto e por isso não permitir maior rotação na gestão do esforço dos jogadores, tem estado na ordem do dia, sobretudo depois dos jogos com Farense - vitória suada por 3-2, no domingo, na 24.ª jornada do campeonato - e Atalanta - 1-1 na quinta-feira, na 1.ª mão dos oitavos da Liga Europa. Já com os algarvios a fadiga foi notada, não só física mas também mental, mais ainda com os italianos.

Em Alvalade já se prepara o futuro, já se olha para a próxima temporada, e tendo em conta estes dados e a desejada entrada numa renovada Liga dos Campeões - preferencialmente de forma direta, sinal de título nacional, e não indireta, sinal de 2.º lugar, último a dar entrada na agora ainda mais milionária prova -, o plantel vai ser reforçado e mais extenso. Guarda-redes, central (ou centrais), extremo e ponta de lança estão já na equação para o mercado de verão. O meio-campo também vai ter reforços mas, para já, apenas tendo em conta a prata da casa que está a ganhar traquejo por outros lados.

O que disse Rúben Amorim

«Estamos a baixar muito o ritmo, já no último jogo [Farense] aconteceu. Baixamos a intensidade, mas não é porque os jogadores querem. Não estamos com capacidade de manter a dinâmica e a equipa sente muito isso. Contra um adversário deste calibre é difícil, mas levamos a eliminatória para Itália. Esperamos recuperar os jogadores e ter, pelo menos, três dias entre jogos para podermos jogar melhor», expressou o técnico dos leões, visivelmente preocupado com a pouca dinâmica que a equipa está a imprimir em campo, após o encontro europeu de quinta-feira. «Já se tinha sentido contra o Farense e hoje [quinta-feira] sentiu-se essa falta de energia. Tivemos sorte com as bolas nos postes, também metemos uma… Isto preocupa-me muito, uma coisa é jogar de três em três dias, outra é com dois dias de descanso. Mesmo rodando sente-se a equipa cansada, hoje [quinta-feira] foi mais sobreviver do que jogar. Vamos ver em Itália, a eliminatória está viva, não há golos fora e vamos lá para ganhar», acrescentou e reconheceu Rúben Amorim o problema.

O que aí vem

No próximo ano quer o Sporting que seja o desafio maior, porque não quer deixar passar o comboio da nova Champions e define-se já, por isso, o desenho do plantel. Que vai ter novidade logo na baliza. Adán lesionou-se a dois jogos e renovar automaticamente o contrato que termina em junho. A continuidade do espanhol é incógnita e para já, na sua ausência, conta-se com o Franco Israel. Mas tal como A BOLA já escreveu, novo guarda-redes é prioridade, um jogador experiente, embora não com mais de 27/28 anos para poder dar garantias por um ciclo importante de tempo, capaz de assumir a titularidade sem contestação.

Amorim, Varandas e Viana, treinador, presidente e diretor desportivo do Sporting. ANDRÉ ALVES

Na defesa espera a administração de Frederico Varandas problemas desportivos embora com soluções financeiras. Isto é, conta-se com forte assédio a Gonçalo Inácio - até se deseja, pois saída pelo valor da cláusula, €60 milhões, permitiria encarar o mercado com a capacidade de investimento que a venda de Ugarte, pelo mesmo valor, permitiu em 2023 - e a Diomande. O plano é vender o português e contratar outro central, mas se for impossível segurar o marfinense (tem cláusula de 80 milhões, ver coluna de cor ao lado) será necessário colmatar. Ou seja, o reforço da defesa, ou o número deles, depende das saídas.

No ataque falta um extremo. Faltava, já neste mercado de inverno acabou por não ser contratado, mas vai ser efetivamente necessidade de verão. Está decidido. E novo ponta de lança será contratado se Gyokeres sair - toda a gente está avisada que a cláusula de rescisão é de 100 milhões. Mas também se Gyokeres não sair, o treinador - Amorim, que tem contrato até 2026 mas que já disse sair se não ganhar títulos, ou outro qualquer - deve receber novo ponta de lança.

No meio-campo, onde há Hjulmand (cobiçado, ver coluna de cor), Morita, Bragança e Koindredi, vai passar a haver também, para já numa primeira análise, Dário Essugo e Mateus Fernandes. Dois jovens da formação que rodam no Chaves e no Estoril e em quem se depositam grandes esperanças. Mais duas soluções. E mais jovens vão ter oportunidades de pré-época que podem agarrar para oferecer mais soluções ao Sporting 2024/2025.

Diomande, cobiça inglesa e... renovação

A administração do Sporting espera assédio por Diomande. Sobretudo de Inglaterra, onde Chelsea, Newcastle, City, Arsenal e Liverpool o seguem de muito perto. Os clubes britânicos são os mais bem colocados nesta corrida que se adivinha, sabem que a cláusula de rescisão é de €80 milhões e sabem também que Bayern (Alemanha) e Juventus (Itália) seguem igualmente o central de 20 anos.

Contratado ao Midtjylland em janeiro de 2023, quando estava cedido ao Mafra, da Liga 2, Diomande está num dos patamares mais baixos dos vencimentos praticados em Alvalade: aufere cerca de 300 mil euros por ano numa altura em que o estatuto que tem no plantel já é superior. Por isso o aumento salarial para patamar mais condizente faz parte de uma renovação que vai avançar e que prolongará o vínculo por mais uma ou duas épocas, até 2028 ou 2029.