Ruben Amorim, treinador do Manchester United, foi o convidado da Premier League para responder a algumas perguntas dos adeptos, em que não esqueceu o Sporting nem José Mourinho. Questionado sobre o momento de que mais se orgulha na carreira, Amorim recordou o primeiro título de campeão pelos leões. «Penso que foi vencer o primeiro campeonato com o Sporting. Como treinador, foi muito importante, 19 anos depois, o clube ganhar o título. Não era o meu clube de criança, mas acho que foi o meu melhor momento enquanto treinador», afirmou o técnico. Sobre José Mourinho, diz que foi «muito especial» trabalhar com o special one, mas não só pelos treinos. «Durante o almoço, falávamos da forma como se interage com os jogadores, a experiência em vários clubes, ganhar títulos, as derrotas. Tudo é muito importante para se aprender a treinar um clube», disse, confessando que «ainda hoje» manda mensagens a Mourinho a pedir conselhos. As perguntas e as respostas de Ruben Amorim: — Alguma coisa surpreendeu na mudança para Inglaterra? — Talvez o tempo, ao início, mas gosto muito do vosso país. É diferente para mim e para a minha família, porque estou sempre aqui, a trabalhar neste clube de sonho. Vão adaptar-se e vamos ser muito felizes aqui. — Além do futebol, que interesses e hobbies tem? — Coisas simples. Gosto de ginásio, kickboxing. Passo muito tempo com os meus filhos. Levo-os à escola, vou buscá-los. É muito importante para mim manter-me presente. Parei o kickboxing por um pouco. No Sporting, não tinha tempo. Os treinos são bons, porque, nesta profissão, é bom ter alguma coisa que puxa por nós, para depois relaxarmos. — Com que lenda da Premier League gostava de ter jogado? — Cantona. Seria divertido. Mas eu era um médio. Adorava ter jogado com Roy Keane. Ele faz todo o trabalho e eu podia ter a bola... — Se pudesse dominar algo instantaneamente, sem ter a ver com desporto, qual seria? — Gostava de saber falar qualquer língua. É muito importante para um treinador saber transmitir a mensagem e, para isso, é importante falar todas as línguas. — Como é que Portugal consegue produzir tanto talento? — As academias são muito importantes e precisamos de vender jogadores - até os clubes grandes - para gerar receita. Também somos um país que adora futebol. A paixão e a necessidade juntam-se. — Quão especial foi trabalhar com José Mourinho? — Foi especial porque, além dos treinos, durante o almoço, falávamos da forma como se interage com os jogadores, a experiência em vários clubes, ganhar títulos, as derrotas. Tudo é muito importante para se aprender a treinar um clube. Faço-lhe muitas perguntas, mesmo hoje em dia, tento estar em contacto com ele. — Qual foi o momento da sua carreira que lhe deu mais orgulho? — Penso que foi vencer o primeiro campeonato com o Sporting. Como treinador, foi muito importante, 19 anos depois, o clube ganhar o título. Não era o meu clube de criança, mas acho que foi o meu melhor momento enquanto treinador. — Como jogador, com que colega aprendeu mais? — É uma pergunta difícil, mas gostei muito de jogar com Pablo Aimar, muito inteligente. Era mais ou menos um terceiro médio, penso que falso 9 era uma posição que lhe assentava. Era um jogador de topo, tinha muitas lesões, mas era especial. — Que carreira teria escolhido fora do futebol? — Não tinha plano B, por isso, é muito difícil de dizer. Seria no desporto, talvez professor. — Se pudesse voltar atrás, que conselho daria a um Ruben mais novo? — É dificil dizer, há tanta coisa... os números da lotaria, talvez! [risos] — Qual é o maior sonho que tem enquanto treinador do Manchester United? É simples. Vencer a Premier League. Mais que qualquer coisa. Só quero ajudar este clube. Senti uma grande ligação com toda a gente. É difícil estar confiante neste momento, mas o meu sonho é ganhar a Premier League, no nosso estádio, com os nossos adeptos. Depois de tanto tempo, com tantos problemas, vencer outra vez é o melhor objetivo que podemos ter.
