Três anos depois de ter descido, a uma jornada do fim do campeonato, o Farense voltou hoje a festejar a subida à I Liga, por via da derrota do Estrela da Amadora (0-1) com o Nacional. João Rodrigues, presidente do clube algarvio dedicou o momento a duas pessoas – Zé das Quotas e ao seu pai – e deixou via aberta à renovação do treinador José Mota. «Deixo um agradecimento às nossas famílias, que sofrem connosco, aos nossos diretores, aos órgãos sociais, ao staff, aos jogadores, ao técnico, aos adeptos. Todos sempre acreditaram que seria possível chegar lá», reconheceu, depois de obtido o objetivo definido no primeiro dia de trabalho desta época, em junho do ano passado. «O Farense entra em todos os jogos e em todas as competições para ganhar. Não se consegue sempre o objetivo, mas temos sempre isso em mente. Convém não esquecer que temos quase cinco mil sócios pagantes, só mesmo três, quatro ou cinco clubes em Portugal, têm mais sócios pagantes, por isso o Farense tem de sempre de estar em todas as competições para alcançar a vitória.» Na hora de festejar, João Rodrigues não se esqueceu de duas pessoas. «Gostaria de dedicar a duas pessoas que já não estão connosco. Uma que serviu o Farense durante cinco décadas, o Zé Rafael, pai do antigo internacional português José Rafael, o famoso Zé das Quotas, uma pessoa fantástica e uma referência para todos os farenses por tudo o que significou, e ao meu pai, um fanático adepto e o culpado de tudo isto: se não fosse ele com a sua afeição e o seu fanatismo positivo pelo clube, eu não estaria cá.» Neste regresso o presidente do Farense espera contar com o treinador José Mota. «É é um dos treinadores mais experientes de sempre na I Liga e provavelmente o treinador no ativo com mais experiência das ligas profissionais portuguesas. Nós, até esta altura, não tivemos nenhuma preocupação com o processo de renovação de treinador, temos um apreço enorme pelo José Mota, a nossa preocupação, nos últimos três meses, foi só connosco e de cada jogo fazer dele uma final. Viu-se aqui com o Penafiel, viu-se na vitória difícil na Madeira contra o Nacional e vimos como ganhámos frente ao Benfica B, já para lá da hora. Essa foi a única preocupação e foco, jogo a jogo», disse. «Sem dúvida que vamos falar com o José Mota. Por todas as razões. Para já, gosta de um bom petisco e de um bom vinho, e eu também. Quase todas as semanas, se não todas, sento-me à mesa com o José Mota. Falar de renovação? Hoje já é muito mais provável esse cenário, por causa das circunstâncias, do que era há meia dúzia de horas. Uma coisa são as circunstâncias em que estamos, outra as que estávamos há umas horas», acrescentou.