O desejo para o final de ano, «o reforço que já chegou», Mora e as conversas com Villas-Boas: tudo o que disse Vítor Bruno
Treinador do FC Porto fez a antevisão ao dérbi com o Boavista, agendado para amanhã, às 20h30, no Estádio do Dragão
— Vem aí um Boavista fragilizado, mas com nove pontos conquistados fora de portas. Que dificuldades espera?
— Ia pegar nos nove pontos somados pelo Boavista fora de casa. Olhar para o todo é o segredo para atacar o jogo. A classificação não nos diz muito. Nos últimos jogos, o Boavista só perdeu em Alvalade e da forma como perdeu... Alerta permanente, para percebermos o grau de dificuldade. Dérbi é dérbi e o Boavista escala sempre para níveis de intensidade muito altos. Temos de estar com nível de atenção muito alto e ter cabeça fria para levar o jogo para onde queremos. Adversário bem trabalhado. que parece ter nuances de maior detalhe em relação aos últimos anos. Com dificuldades, o Cristiano [Bacci] e a equipa técnica têm feito trabalho meritório. 50 mil pessoas, muita gente do Boavista no Dragão. Dérbi é um dérbi. E tem de ser ganho.
— O facto de o estádio estar lotado reduz a margem de erro? Domingo há dérbi de Lisboa, o que pode tirar o FC Porto desse resultado?
— Não tem a ver com isso. A nossa margem está reduzida por si só, estamos numa condição que não é aquela em que queremos estar. Ficar no topo da classificação passa por ganhar obrigatoriamente amanhã e depois há o dérbi de Lisboa. Mas isso serve pouco se não ganharmos amanhã. Se estão 50 mil é bom sinal, reveem-se na equipa. O que se passa fora da nossa casa não nos diz muito respeito.
— Tem algum desejo para o mercado de janeiro?
— O maior desejo é entrar em 2025 e estarmos pelo menos um lugar acima da tabela, o que significa que ganhámos ao Boavista.
— Pode fazer o ponto de situação do quadro clínico da equipa?
— Sim, o Moura está fora, ainda vai estar algum tempo. Não sabemos quanto. O João, em princípio estará amanhã. Enquanto o Marko, vai estar fora. Fazendo um balanço muito cru, já perdemos um objetivo e ganhamos outro. Mas em maio fazemos um balanço melhor.
— Espera algum reforço?
— O maior reforço para nós já chegou, foi a reintegração do José Mário [enfermeiro], que passou por um problema complicado. Toda a coragem que tem tido nos últimos anos tem de servir de inspiração para nós. Esse é o nosso grande reforço de inverno.
— Como viu a mudança [de treinador] no rival?
— O Sporting vai continuar a competir, e o Benfica também. Interessa-nos ganhar amanhã.
— Em Moreira jogou com o Mora, mas deixou um aviso ao jogador lembrando o que Namaso tinha feito no jogo anterior…
— O campo é maior, mas a diferença é pouca. Se fosse pelo campo maior, a dimensão física sente-se menos ainda. O que eu disse no final do jogo é que o Mora não se pode esquecer que jogou e que para mim foi o melhor jogador em campo. O Mora ocupa um espaço, o Danny pode ocupar o mesmo espaço ou outro diferente, podem juntar em simultâneo. Se tiver de jogar, joga. Se não tiver de jogar, não joga.
— Dos três grandes e do SC Braga e V. Guimarães, o FC Porto foi o único que não mudou de treinador. Isso foi importante para consolidar o seu trabalho ao longo do tempo e chegar aos lugares da frente?
— É melhor não falar muito alto, pode dar alguma ideia ao presidente. Está bem assim desde que o FC Porto ganhe. Isso é o que eu quero. Falo muito com o presidente, com o Jorge, o Andoni, o Tiago Madureira... Dá gosto conversar com eles. Encontramos muita gente que fala e queremos é gente que transmita opiniões, que crie algum impacto no que é dito e feito. Como as pessoas se relacionam, que decisões tomam... O facto de o FC Porto manter o treinador é sinal de que as pessoas acreditam e têm convicções. Quem está de fora alicerça a opinião em resultados. Quem está por dentro percebe o que está a ser construído e em que base. Esperemos que o presidente não mude de treinador durante algum tempo.