Portugal qualificou-se para todos os Campeonatos da Europa desde 1996, mas nunca conseguiu vencer os dois primeiros jogos de qualificação desde a entrada para a competição realizada em Inglaterra. Pode parecer estranho, mas há quase 30 anos que a Seleção não inicia uma caminhada para a competição continental com seis pontos em duas jornadas. A última vez foi em 1994, com António Oliveira ao comando, quando Portugal venceu Irlanda do Norte (fora) e Áustria (casa). Em termos absolutos, só por mais duas vezes tal se verificou: apuramento para 1984 e 1960. Este é mais um aditivo que Roberto Martínez pode usar para preparar o encontro que pode oferecer uma falsa sensação de segurança. O histórico de confrontos entre seleções é francamente favorável, mas sente-se na comitiva luxemburguesa um forte sentimento de emancipação, talvez fartos de estarem em minoria no próprio país sempre que defrontam a formação das quinas. Sem perder há seis jogos seguidos (cinco empates e somente uma vitória), dos 24 convocados da seleção do Luxemburgo apenas três atuam no campeonato local. O tempo dos padeiros acabou há muito tempo e o saco de pancada das congéneres europeias é uma imagem do passado. Não há jogos iguais e muito menos quando Portugal se estreia na nova casa do futebol luxemburguês. O Estádio do Luxemburgo substituiu o velho e muito criticado Josy-Barthel (inclusive pela Seleção Nacional, que em 2019 chegou a ponderar pedir a mudança de local do jogo face ao péssimo estado do relvado) e é a expressão de uma Seleção que quer impor-se na Europa. Inaugurado a 1 de setembro de 2021, tem capacidade para 9 385 lugares e recebeu da UEFA a categoria 4. Apresenta uma arquitetura simples, mas moderna e coloca definitivamente o Luxemburgo numa outra divisão. Portugal está mais que avisado. A história está cheia de tropeções da Seleção, principalmente na fase do arranque.
