Ao fim de menos de três épocas, Iuri Medeiros prepara-se para atingir a marca dos 100 jogos no SC Braga e em condições regulares vai chegar a esse número tão importante para a carreira de qualquer jogador no encontro de domingo frente ao Chaves. O esquerdino atinge o escalão da centena de forma bastante rápida e graças a uma presença consistente no alinhamento dos guerreiros. Na época de estreia realizou 28 partidas, na segunda chegou às 39 e na presente temporada vai, por certo, ultrapassar esta última marca, uma vez que já soma 32 jogos e ainda há mais dois meses de competição pela frente. Iuri Medeiros pode parecer muitas vezes alma mais discreta da primeira linha do SC Braga, mas tem uma importância fulcral no jogo dos minhotos. Soma este ano sete golos e acumulou já quatro assistências, aproximando-se das metas estabelecidas no ano passado, quando fechou a época com 10 golos e 13 passes certeiros. Marcar dez tentos num ano é bastante bom para um extremo, mas as 13 assistências dão, sem dúvida, um brilho especial a uma carreira. O esquerdino, de resto, sempre se destacou pela capacidade de descobrir linhas para golo, característica que começou a desenvolver-se ainda nos escalões de formação do Sporting e foi transportada para todo o trajeto na alta competição, estado neste momento tão a descoberto em Braga.A carreira de Iuri Medeiros reconheceu algumas particularidades antes de estabilizar de forma definitiva com a camisola dos guerreiros e fica sem dúvida enriquecida por um capítulo excecional. Em 2005, quando deixou os Açores e se transferiu do Sporting da Horta para o Sporting, o esquerdino foi o primeiro miúdo de 11 anos a entrar na Academia leonina de Alcochete. Iuri era reconhecido à época como um menino criativo e com potencial enorme - tinha a graciosa alcunha de Futre - e o Sporting decidiu abrir uma exceção na regra de absorver na academia jogadores apenas a partir dos 14 anos, criando para o açoriano um regime especial. Muito mudou na carreira de Iuri Medeiros de 2005 até ao presente, mas não resta a menor dúvida que o esquerdino tem exibido em Braga uma riqueza de recursos que dão por fim solidez a uma carreira com alguns altos e baixos, mas sobretudo construída a pulso. Neste momento, o extremo encontrou por fim a linha da estabilidade e todo o seu futebol reflete essa tendência.
