– Nuno Espírito Santo, com quem trabalhou durante uma década, está, entretanto, a fazer um trabalho impressionante no Nottingham Forest…– Claramente, fico muito feliz por ele. O Nuno, de cada vez tem apoio de verdade dentro de um clube, só tem sucesso. Porque a nível de liderança, de organização de um grupo, é um dos melhores do Mundo. Ele é mesmo um dos melhores do Mundo e, no futebol do Forest, já dá para ver o seu trabalho, tem uma equipa já montada, sabem todos o que fazer, conseguem ter intensidade no jogo, sabem como é que estão a controlar os espaços, está tudo feito. O trabalho está todo feito e bem feito. E, com os jogadores todos metidos neste processo, com a liderança dele e com a bola entrar quando tem de entrar… – … temos a receita perfeita. Isso leva-me a pensar um pouco no Sporting que tinha a receita perfeita. Era uma equipa que muitos consideravam imbatível com Ruben Amorim. Que, de repente, sai e tudo se desmorona…– Ruben também é essa figura, a que consegue realmente unir. E, por isso, a sua saída pode também provocar um descalabro. – Parecia que, subitamente, os jogadores não sabiam jogar.– Sim, porque os jogadores são seres humanos também. Quando temos algo coletivo muito bem feito, temos os nossos objetivos e vamos atrás deles sem pensar em qualquer outra coisa, se tu mexes numa peça, ainda mais quando é uma peça fundamental, talvez cada um comece a pensar na sua vida própria. E perde-se um bocadinho o foco. Não digo que foi isso que aconteceu, mas é natural no ser humano. Os jogadores também têm essa fragilidade, não são robôs. É difícil.
