«Não senti que o Feyenoord se tivesse assustado com a reação do Benfica»
Otamendi desolado no Benfica-Feyenoord (foto: Miguel Nunes)

«Não senti que o Feyenoord se tivesse assustado com a reação do Benfica»

A A BOLA, Valdo analisa exibição do Benfica na Liga dos Campeões e derrota com equipa neerlandesa

Valdo, antigo jogador do Benfica, considera, em declarações a A BOLA, que os encarnados foram surprrendidos na noite de quarta-feira pela qualidade do Feyenoord, que acabou por vencer no estádio da Luz por 3-1, em jogo da terceira jornada da Liga dos Campeões.

Primeira derrota do Benfica na era de Bruno Lage, como viu este jogo com o Feyenoord, o que é preciso corrigir?

Não tenho como, o que eu vi foi o Feyenoord dono em absoluto do jogo. No estádio da Luz de ontem, realmente uma equipa que merecia a vitória era a do Feyenoord. O Benfica não se encontrou, principalmente na primeira parte. O Feyenoord foi que comandou as ações do início ao fim da primeira parte, então estar 2-0 ao intervalo, na minha ótica, saiu barato ao Benfica.

Depois da segunda parte, principalmente depois das mudanças de Bruno Lage, a equipa ganhou mais largura. O setor defensivo do Feyenoord já não tinha somente o Pavlidis para fazer a marcação. Aí baralhou um pouco as cartas e o Benfica ainda consegue chegar ao 2-1. Mas eu não senti em momento algum que a equipa do Feyenoord se tivesse assustado ou tremido com a reação do Benfica.

O que é que lhe parece que faltou?

É questão de escola. A leitura que eu faço é que os Países Baixos têm uma escola que gosta de jogar futebol. Foi assim no Mundial de 74, de 78, onde Cruyff e companhia foram vice-campeões do mundo. Eles gostam de ter bola, eles gostam de jogar, essa é o DNA dos Países Baixos.

Acho que o Benfica se preparou para o jogo, mas talvez não imaginasse que eles viessem jogar de igual para igual. Porque foi um Feyenoord completamente diferente da Eusébio Cup [jogo de pré-temporada].

Muitas dificuldades no meio campo, com a marcação homem a homem...

Eu vi o Bruno Lage falar da marcação homem a homem, eu não vi marcação homem a homem. Eu vi uma marcação forte, o Young, o Timber. Era para o setor, mas a marcação era forte. Quando alguém do Benfica tinha a bola, havia sempre um jogador do Feyenoord, mas ninguém fez marcação homem a homem. Onde o Benfica é surpreendido é que em momento algum o Feyenoord chutava a bola para a frente. O central saía a jogar, os laterais também, o guarda-redes não era mau com os pés, essa foi a grande dificuldade. Às vezes o Pavlidis tentava pressionar e ia para cima do guarda-redes, ele ia no guarda-redes e dava para a esquerda. Quando se encontra uma equipa fisicamente muito forte, os dois centrais enormes, os dois laterais também… O Bueno, muito bom jogador de pé esquerdo, e o da direita…, uma força brutal. Aliado a tudo isso, eles têm a técnica, é muito difícil fazer ou tentar fazer uma pressão, a não ser que essa pressão seja quase perfeita.