Não há pressão que não dê em fartura
Um Sporting voraz e indomável já goleava aos 38 minutos; pressão passa para um Benfica com olhos na Europa; FC Porto sob ameaça
Libertar a pressão aos 7’, abrandar as pulsações cardíacas aos 11’, ficar zen aos 31’ e chegar à goleada aos 38’. O leão está indomável e voraz, e nem um embate que adquiriu carga-extra com os fantasmas de Liverpool e de uma eventual saída no final da época do seu maior desequilibrador, Viktor Gyokeres, aos quais se juntou um adversário faminto de pontos na luta da permanência e a folha em branco que resultou da entrada de um novo treinador, conseguiu levantar um obstáculo digno desse nome.
O Sporting dá passadas largas rumo ao título e, por muito que seja ainda marco na caminhada, os homens de Rúben Amorim parecem querer tudo fazer para reduzir o clássico do Estádio do Dragão ao habitual cliché de se tratar de apenas mais um jogo.
Ao sacudir a pressão, os verde e brancos passaram-na para o Benfica, que recebe amanhã um Moreirense tranquilo antes de visitar o repousado Marselha, que conseguiu adiar o seu jogo do campeonato. Os encarnados não estão ainda numa fase de solidez que permita grande gestão, embora Roger Schmidt possa assumir esse risco e assim expor-se novamente, face à atual maior importância da partida do Vélodrome. O título está praticamente perdido, já a meia-final da Liga Europa mostra-se ao alcance.
Já o FC Porto parte para o jogo de hoje com o Famalicão ainda com a cabeça nos árbitros, e tem de ter percebido o mau resultado que tal tem dado. O primeiro objetivo será garantir um 3.º lugar que também se mantém ao alcance de SC Braga e de V. Guimarães. Talvez seja hora de mudar de foco.