Pepe entrou, frente ao Rio Ave, ainda mais na história do futebol português. Já era, há muito, um dos mais conceituados defesas-centrais que passaram por Portugal e na última jornada saltou para a liderança dos mais velhos jogadores de campo na Liga, ultrapassando o avançado Fary e o defesa-central Rebelo: o portista jogou em Vila do Conde com 40 anos e 187 dias. Fary jogara com 40 anos e 149 dias e Rebelo com 40 anos e 110 dias. A BOLA falou com Rebelo, histórico defesa central do Estrela da Amadora (445 jogos entre 1987 e 2001 e vencedor da Taça de Portugal de 1989/1990). Jogou pela última vez a 27 de maio de 2001, num Beira-Mar-Estrela da Amadora (3-3), mas não se recordava de qual fora o seu derradeiro jogo no campeonato português. A brincar, adiantou estar «um bocado chateado» por ter caído para o 3.º lugar desta lista muito especial. «Cheguei tarde ao futebol profissional [26 anos], pelo que nunca senti, verdadeiramente, o peso de estar a jogar com 35 ou 40 anos, por exemplo. Aliás, ainda jogava mais um ou dois anos, mas, entretanto, apareceu um convite para ir para o V. Setúbal, noutras funções, com o Jorge Jesus. E acabei a carreira como jogador…» Relativamente a Pepe e à sua longevidade, Rebelo acentua que não é fácil chegar aos 40 anos e jogar onde e como o dragão joga: «Se não é fácil jogar com esta idade seja em que clube for, imagine o que é ter 40 anos e alguns meses e ser titular do FC Porto, uma das mais fortes equipas portuguesas e da Europa, e ainda da Seleção Nacional. Pepe é jogador de top europeu e mundial e ainda continua a ser dos melhores, apesar da idade que tem. Repito: não é para qualquer um ser titular do FC Porto e da Seleção Nacional, ainda mais com 40 anos». Há algum segredo para que Pepe continue a jogar ao mais alto nível com 40 anos? Para Rebelo, há fatores que ajudam muito: «Não ter lesões graves é muito importante e, tanto quanto sei, o Pepe teve algumas lesões, mas nenhuma verdadeiramente grave. Além disso, sabe cuidar-se e está num clube em que tem todos os cuidados médicos, por exemplo». A uma pergunta Rebelo não sabe responder: até quando poderá Pepe jogar ao mais alto nível? «Quando cheguei aos 35 anos, comecei a fazer contratos de apenas um ano cada. Não fazia sentido de 3 ou 4 anos. Acredito que, sem lesões, o Pepe possa jogar ainda mais algum tempo. Quanto, não sei. Ele parece-me muito bem, física e mentalmente, pelo que ainda vai andar por aqui mais algum tempo», antevê.