Em comunicado divulgado esta sexta-feira no site da organização e assinada pelo respetivo presidente, o ítalo-suíço Gianni Infantino, a FIFA, depois da polémica ocorrida durante o Mundial do Catar-2022 – no qual os capitães das seleções das provas masculinas foram impedidos de exortar a causas com inscrições no símbolo de capitão em campo, sob ameaça de represálias -, e numa jogada de antecipação, balizou a oito causas sociais admissíveis a evocação, nas braçadeiras das capitãs das 32 seleções (Portugal incluído) que irão disputar o Mundial-2023, na Austrália e Nova Zelândia, a partir de 20 de julho e até 20 de agosto, prova que se iniciará em Auckland, com o Nova Zelândia-Noruega. «A FIFA, em parceria com várias agências da Organização das Nações Unidas [ONU] aproveitará o Mundial-2023 para exortar um leque de causas sociais, escolhidas após extensa consulta a todos as partes interessadas, incluindo jogadoras e as 32 federações dos países finalistas», lê-se na nota, onde fica claro que a Federação Portuguesa de Futebol também deu parecer à decisão adotada. Assim, as capitãs das seleções femininas – incluindo a de Portugal, habitualmente Dolores Silva, nos jogos com os Países Baixos (23 de julho), Vietname (27 de julho) e EUA (1 de Agosto - serão autorizadas a envergar, durante os jogos da prova cuja audiência global a FIFA estima em «dois mil milhões de pessoas em todo o Mundo» , uma braçadeira distintiva da sua condição exortando a oito diferentes causas sociais, onde sobressaem a igualdade de género, a inclusão e a paz. «O futebol une o Mundo, e os seus eventos globais, como o Mundial Feminino da FIFA, têm um poder único de juntar as pessoas e proporcionar alegria, entusiasmo e paixão. Mas o futebol faz mais do que isso: pode fazer sobressair outras causas muito importantes na nossa sociedade. Por isso, após conversas francas com as partes interessadas, incluindo jogadoras e federações, decidimos apelar a um conjunto de causas sociais, da inclusão à igualdade de género, da paz à luta para acabar com a fome, da educação à luta contra o flagelo da violência doméstica, durante os 64 jogos da prova», escreve Gianni Infantino na nota divulgada neste dia. E se as causas sociais que podem evocar através das braçadeiras são limitadas pela FIFA a oito, o espartilho é ainda maior para as capitãs, que, diz a organização que rege o futebol mundial, terão três opções possíveis: «Poderão utilizar uma braçadeira com a mensagem ‘Football United the World [O futebol une o Mundo]’ todo o Mundial, ou uma outra braçadeira com um tema ao seu critério na condição que o façam, também, durante todo o evento… ou então a braçadeira correspondente ao tema específico escolhido [pela FIFA] para o jogo em questão», é o ‘menu’ à escolha das capitãs e países, esta terceira hipótese mais pontual: jogo a jogo, e não para toda a prova, desde o primeiro encontro. As «oito mensagens específicas» que a FIFA autoriza, no âmbito da campanha global ‘Football Unites the World’ (O futebol une o Mundo) são as seguintes, sempre apelando a temas sensíveis: - ‘Unite for Inclusion [Unidos pela Inclusão], em parceria com o Comité dos Direitos Humanos da ONU; - ‘Unite for Indigenous Peoples’ [Unidos pelos Povos Indígenas], esta em parceria com a mesma agência das Nações Unidas; - ‘Unite for Gender Equality [Unidos pela Igualdade de Género]’, em parceria com a agência da ONU para as Mulheres; - ‘Unite for Peace [Unidos pela Paz], em parceria com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR); - ‘Unite for Education for All [Unidos pela Educação para Todos]’, em parceria com a agência das Nações Unidas para a Educação e Ciência (UNESCO) - ‘Unite for Zero Hunger [Unidos pela Fome Zero]’, em parceria com o Programa Alimentar Mundial da ONU; - ‘Unite for Ending Violence Against Women [Unidos pelo Fim da Violência Contra as Mulheres]’, em parceria com a agência da ONU para as Mulheres; - 'Football is Joy, Peace, Love, Hope & Passion [Futebol é Alegria, Paz, Amor, Esperança e Paixão]’, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS);
