Muito acerto e um erro: Duarte Gomes analisa FC Porto-Moreirense

Luís Godinho dirigiu o jogo do Dragão

Luís Godinho, da AF Évora, viajou até ao norte do país para dirigir o encontro entre FC Porto e Moreirense, que este sábado se jogou no Estádio do Dragão. 

O internacional eborense é um dos árbitros mais competentes do quadro atual. Tem experiência acumulada, sabe relacionar-se bem com todos os intervenientes, tem personalidade forte e é dono de uma condição física de excelência, que lhe permite acompanhar os lances de muito perto. Ontem acertou em muitas situações, cometendo um erro de análise em lance confuso (que felizmente foi irrelevante quanto à justiça do vencedor), sendo que nesse devia ter recebido apoio do seu colega de sala. 

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

5' Pepe fez obstrução à progressão de Camacho (o árbitro viu e aplicou bem a vantagem), ficando ambos lesionados por força do choque subsequente. A infração não justificou ação disciplinar.

8' Golo do FC Porto, a inaugurar o marcador no Dragão: no momento do cruzamento de Francisco Conceição, Wendell (que finalizou) estava em posição legal. Antes Galeno ganhou a posse de bola sem cometer falta sobre Alan (que desviou Francisco Conceição, usando a sua mão direita). Decisão correta da equipa de arbitragem. 

11' Kodisang colocou a perna esquerda ligeiramente para a direita e perante a proximidade de Galeno, deixou-se cair a "dois pés" na área azul e branca. Houve contacto físico entre ambos, mas a queda do avançado sul-africano começou antes disso. Foi bem analisado o lance pela equipa de arbitragem.

13' Entrada dura (perna na perna) de João Mário sobre Rúben Ismael. O árbitro não atuou disciplinarmente, mas a infração justificava advertência. 

34' Na sequência de vantagem bem aplicada após infração negligente de Rúben Ismael (foi depois bem advertido), duas quedas na área do Moreirense que convém detalhar, começando pela segunda: Marcelo colocou o pé entre as pernas de Pepê, não derrubando o seu adversário. Aí esteve bem a equipa de arbitragem. Mas na primeira houve mesmo motivo para pontapé de penálti: Maracás esticou a perna direita na direção de Evanilson, quando esteve efetuava movimento de rotação para dentro. O contacto (pé e joelho direito do defesa no pé e perna direita do avançado brasileiro) foi mais do que suficiente para, naquela circunstância, provocar a sua queda. Nas imagens a infração foi clara e justificava vídeo intervenção.

39' Galeno foi puxado por Franco e derrubado por Marcelo. Ficou por assinalar pontapé-livre direto favorável ao FC Porto em zona frontal e perto da área do Moreirense. 

45' Dinis tocou no pé de Galeno (na passada), derrubando-o de forma imprudente. O cartão amarelo foi bem exibido porque a infração cortou ataque prometedor. 

54' Pepe derrubou Camacho, em lance em que o jogador madeirense iria prosseguir ataque prometedor. A infração devia ter valido advertência para o central azul e branco (a menos que o árbitro tenha considerado a falta anterior, cometida por João Mário). É justo referir que a decisão surgiu na sequência de infração não assinalada sobre Francisco Conceição.

60' Golo de Evanilson, que estava em posição regular quando Alan Varela cruzou da esquerda. Esteve bem o árbitro assistente na avaliação da jogada.

69' Galeno marcou o terceiro golo da equipa azul e branca, finalizando ataque legal da sua equipa.

72' Quarto golo do FC Porto, marcado por Wendell, a passe de João Mário. Lance legal. 

83' Último golo da partida, da autoria de Alan Varela, na sequência de erro defensivo da equipa adversária.

90+1' Aparício tentou a bola com o pé esquerdo, falhou e atingiu, com a sola da bota direita, a perna de Pepê. A infração foi claramente negligente e passível de cartão amarelo, bem exibido por Luís Godinho. A ausência de malícia, o facto da bola estar em disputa e o contacto ter sido de raspão (e sem consequências para o jogador brasileiro) justificam o facto da infração não ser passível de expulsão.

NOTA - 5