Central avalia salto de Vítor Bruno para técnico principal do FC Porto; para sempre grato a Pinto da Costa, mas pede paciência aos adeptos do FC Porto com a nova SAD; Francisco Conceição tem «raça» do pai
Mangala esteve três épocas no FC Porto e apanhou um ciclo muito parecido com o atual. Villas-Boas partira para o Chelsea e o seu adjunto, Vítor Pereira, subiu para número 1 da equipa técnica dos dragões. Foi justamente nessa temporada, 2011/12, que o central chegou aos azuis e brancos proveniente do Standard de Liège.
«Falámos do presidente pela sua longevidade, mas o treinador esteve muito tempo à frente da equipa. Há um novo começo e temos de dar os parabéns ao Sérgio Conceição por aquilo que fez ao longo destes anos», começou por dizer o francês, atualmente no Estoril, em entrevista ao jornalista luso-francês Remi Martins.
«Para o Vítor Bruno é um novo desafio e poder dar provas como número 1 da equipa técnica… Resta saber como vai assumir esse papel. Uma coisa é ser adjunto, outra é ser treinador principal. Tive a sorte de ser treinado pelo Vítor Pereira, que era adjunto do André Villas-Boas e fez um bom trabalho, acabou por correr bem. Espero que para o FC Porto corra tudo bem também», desejou o defesa, que em agosto de 2014 protagonizou transferência para o City, a troco de 30,5 milhões de euros.
Meditando sobre as profundas alterações verificadas no FC Porto depois do ato eleitoral mais concorrido na história do clube, o francês destaca o simbolismo de ser Villas-Boas um presidente que, outrora, fora aposta certeira de Pinto da Costa para liderar a equipa. «É bastante simbólico por que ele foi o último a ganhar uma competição europeia e foi Pinto da Costa quem o nomeou treinador, então estamos perante uma nova dinâmica. Se ajudar o clube a voltar onde precisa de estar isso será o mais importante. Será preciso alguma paciência nesta reconstrução, dar a esta estrutura e a esta nova política tempo para fazer bem as coisas», alertou.
«Para mim, o FC Porto nunca perdeu o espírito ganhador. Às vezes o clube precisa de mudança. O presidente saiu, o Sérgio Conceição saiu e André Villas-Boas é o novo presidente, mas mantém esse espírito», ressalvou Mangala.
Confira as conversas entre árbitro e VAR na reversão do penálti assinalado a Francisco Conceição num lance com Mangala no Estoril-FC Porto
A raça de Francisco Conceição
Mangala falou também sobre Francisco Conceição, jogador irrequieto com o qual protagonizou duelos intensos na época passada. «É um jogador com um perfil que todas as equipas precisam hoje em dia, principalmente as que lutam pelo título», destaca o defesa-central.
Pontos fortes? Muitos. «Cada vez que pega na bola ganha uma falta, um cruzamento ou uma oportunidade de golo. São jogadores que fazem a diferença e é muito difícil encontrá-los», analisa, considerando que Francisco Conceição alia ao talento uma forma de ser e de estar no futebol muito parecida com a do pai: «Conseguiu crescer e evoluir, mostrou que de facto progrediu muito. Ele consegue mentalmente colocar as suas forças ao serviço da equipa. Conhecendo o pai, sei que ele tem a raça típica do FC Porto, daí estar agora no Europeu.»