Os objetivos de Manchester City e Bournemouth são, tal como esperado, muito diferentes. Partilham, porém, uma característica essencial: ambos os conjuntos não se podem dar ao luxo de olhar para baixo. Os skyblues de Manchester, tricampeões da Premier League, encontram-se a apenas dois pontos da liderança do campeonato e somaram até agora duas derrotas: uma delas contra o Wolverhampton, e a outra contra o Arsenal, a primeira nos últimos 13 jogos frente aos gunners. Apesar deste fator, a verdade é que os 24 pontos do City são apenas mais um do que Liverpool e dois do que Aston Villa, ou seja, uma derrota poderá levar o conjunto de Bernardo Silva e Rúben Dias ao quinto posto da tabela, de um campeonato que, disse Pep Guardiola em conferência de imprensa, «está cada vez mais difícil de ganhar». O contexto atual não é, contudo, alarmante. Para além dos dois pontos de distância do topo depois de apenas 11 jornadas, os jogos dos rivais Arsenal e Tottenham frente a Newcastle e Chelsea, respetivamente, adivinham-se difíceis, e podem causar uma reviravolta na classificação. Junta-se a isso o facto de Erling Haaland, goleador do conjunto, ter voltado à sua melhor forma: depois de quatro jogos sem marcar, leva cinco golos nas últimas três partidas, uma delas contra o Manchester United, contra quem marcou por duas vezes e ainda assistiu Phil Foden para o 3-0 final. Do lado do Bournemouth, a vida não está nada fácil. A equipa liderada por Iraola, antigo jogador espanhol, é o segundo pior ataque e a terceira pior defesa do campeonato, e está «à tona» por muito pouco: apenas um ponto mantém o Bournemouth acima da linha de água. O técnico já afirmou, em conferência de imprensa, que, com equipas de Guardiola, às vezes é preciso «escolhermos o próprio veneno», uma vez que as várias opções táticas e técnicas que as equipas que o treinador do City apresentam são demasiado vastas para poder cobrir todas. A época dos cherries tem sido marcada por várias lesões, sendo Tyler Adams a última vítima de problemas físicos. O americano foi operado e estará de fora «durante três ou quatro meses», disse Iraola. A juntar a isso, Lewis Cook, que viu vermelho direto frente ao Wolverhampton, continua a não ser opção. Manchester City Sistema provável: 4x3x3 Onze inicial: Ederson; Walker, Rúben Dias, John Stones, Gvardiol; Rodri, Phil Foden, Julian Álvarez; Bernardo Silva, Jérémy Doku, Erling Haaland. Lesionados: Kevin De Bruyne A figura: Erling Haaland. É incontornável o papel decisivo do avançado norueguês. A sua capacidade de fazer golos é inigualável no panorama atual do futebol e o Manchester City sente isso: nas duas derrotas para o campeonato, Haaland não marcou, nas três vitórias que se seguiram ao jogo com o Arsenal, faturou cinco vezes. O seu trabalho acaba por soltar outros jogadores da equipa, que beneficiam da atenção dada a Haaland pelas defesas adversárias para explorarem espaços e criar perigo. Bournemouth Sistema provável: 3x4x3 Onze provável: Radu; Senesi, Zabarniy, Mepham; Aarons, Billing, Rothwell, Kerkez; Brooks, Ryan Christie, Solanke Lesionados: Tyler Adams, Ryan Fredericks, Hansen, Neto, Randolph Suspensos: Lewis Cook A figura: Radu. Num jogo que se avizinha difícil, a experiência do guardião, suplente do lesionado Neto, pode revelar-se fulcral para as aspirações do Bournemouth na partida. Esta temporada, o romeno jogou quatro partidas e venceu três, a derrota surgiu contra o Liverpool... Espera-se, então, um jogo unilateral, com o Manchester City a dominar a posse de bola e a ser mais perigoso. A possibilidade de uma surpresa no marcador existe sempre, mas as exibições pobres e os resultados negativos antevêem que a partida não seja animadora para as aspirações de sobrevivência do Bournemouth. O encontro disputa-se este sábado, pelas 15 horas.
