Um estudo divulgado esta segunda-feira revela que 17 por cento dos cidadãos portugueses acederam ou transmitiram conteúdos de fontes digitais ilegais para ver eventos desportivos, subindo esse número para 34 por cento entre os jovens dos 15 aos 24 anos. A análise do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) aponta para «tendências significativas» relacionadas com a pirataria online de eventos desportivos ao vivo, com 12 por cento do total da população a admitir recorrer a conteúdos a partir de fontes ilegais, sendo a Bulgária o país com mais pessoas a confirmarem essa prática (21 por cento), à frente de Grécia (20%), Irlanda (19%), Espanha (19%) e Luxemburgo (18%). O acesso a transmissões desportivas ilícitas é muito superior nos jovens, com os números mais significativos a serem registados na Bulgária (47%), que supera largamente a média da UE (27%), e, quanto ao método, o streaming é a forma mais popular (58%) de aceder a transmissões piratas, à frente do download (32 por cento). Quanto ao impacto da pirataria, o EUIPO estima que sejam gerados anualmente 1.000 milhões de euros de receitas ilegais, o que levou o diretor executivo do Instituto, João Negrão, a defender, citado pela Lusa, que «é crucial jogar limpo, tanto para os jogadores em campo, como para os espectadores em casa», numa altura em que decorre o Euro e se aproximam os Jogos Olímpicos. A propriedade intelectual vai além da transmissão e, segundo o Painel de Avaliação da Propriedade Intelectual e da Juventude do EUIPO, uma média de 10 por cento dos jovens da UE admite ter comprado intencionalmente equipamento desportivo falso, em especial os jovens gregos (18%). No caso dos jovens portugueses, o número baixa para 8%. Quanto ao impacto negativo das vendas de equipamentos desportivos falsificados na UE, a estimativas apontam para perdas anuais de 851 milhões de euros.