Farense-Casa Pia, 0-0 Leão não caçou o ganso e continua a ver Aves à distância
Algarvios aumentaram para treze os jogos sem vencer na Liga e não capitalizaram – a 100% - a derrota do Aves Sad. Sentido único à baliza de Sequeira. Tchamba foi ao hospital devido a lesão no ombro direito
O Farense continua sem quebrar o (longo) ciclo negativo na Liga, aumentando para 13 os jogos sem vencer na competição. O último triunfo dos algarvios foi há três meses e meio e data de 21 de dezembro, em Famalicão. Agora, com o Casa Pia não conseguiu capitalizar a 100% (recuperou, somente 1 ponto) a derrota (0-3) do Aves Sad com o Estoril e permanece no 17.º posto a cinco pontos de distância (que na prática são seis, devido ao confronto direto) dos avenses e foi apanhado pelo Boavista. Com o ponto conquistado, os gansos agarraram o Famalicão, no 7.º posto e olham para o 5.º lugar, separado por seis pontos do Santa Clara.
Veja o resumo do jogo:
Determinados e assumindo a importância (acrescida) do encontro nas contas da manutenção, os algarvios assumiram as rédeas e controlaram em absoluto do primeiro ao último apito de Iancu Vasilica, desperdiçando oportunidades mais do que suficientes para terem desenhado um final feliz.
Em 4x4x2 o Farense foi ofensivo e instalou-se no meio-campo do Casa Pia, criando diversas situações de finalização, mas que encontraram em Sequeira um obstáculo intransponível, como sucedeu nas tentativas de Miguel Menino (5’) e de Rony Lopes (13’). E também faltou pontaria, nomeadamente quando Yusupha Njie, nos descontos da 1.ª parte, falhou de forma clamorosa um passe teleguiado de Rony Lopes, quando tinha tudo para finalizar com êxito, atirando ao lado. O internacional português foi o melhor do Farense e teve nova chance aos 49’, rematando em jeito a rasar os ferros.
Os algarvios tiveram ainda dois golos anulados, ambos por foras de jogo, de Yusupha Njie aos 33’ e de Miguel Menino (77’) - por 7 cm - no início da jogada que foi finalizada por Lucas Áfrico.
A atitude proativa do Farense ao longo do jogo, nunca diminuindo a intensidade e sempre com a baliza na mira, merecia, claramente, outro resultado.
Já o Casa Pia não existiu no ataque, não efetuou qualquer remate enquadrado e Ricardo Velho foi um mero espetador. Os casapianos fecharam-se em 3x4x3 e limitaram-se a tentar suster as investidas dos locais. Conseguiram o objetivo de manter a baliza a zero, e tiveram azar quando perderam um dos três centrais, Tchamba, que se magoou no final da primeira-parte no ombro direito em lance com Yusupha Njie e teve de sair em maca, sendo transportado para o Hospital de Faro, para avaliação. No final, juntou-se à comitiva lisboeta.
O melhor em campo Sequeira (Casa Pia)
Sereno, boa leitura de jogo e mais uma exibição de nível elevado a garantir o nulo na sua baliza, com um punhado de intervenções decisivas, que começaram bem cedo, logo aos 4 minutos, desviando subtilmente para canto um tiro de Menino. Aos 13’ e 38’ impediu tentativas de Rony Lopes. O guardião provou que é, sem dúvida, uma das figuras da Liga.
A figura Rony Lopes (Farense)
Dos seus pés a bola saiu sempre redondinha. O criativo, internacional português, foi uma mais-valia que os algarvios acrescentaram no mercado de inverno. Neste jogo nunca se escondeu, assumiu a batuta e esticou a equipa ofensivamente. Tentou o golo, mas pecou na finalização. Ou, por outras palavras, encontrou Sequeira inspirado na baliza do Casa Pia.
As notas dos jogadores do Farense: Ricardo Velho (6), Pastor (6), Cláudio Falcão (6), Lucas Áfrico (6), Paulo Victor (5), Rony Lopes (7), Ângelo Neto (6), Miguel Menino (6), Poloni (5), Yusupha Njie (5), Tomané (6), Rui Costa (5), Filipe Soares (-), Marco Matias (-) e Tomás Ribeiro (-)
As notas dos jogadores do Casa Pia: Sequeira (7), João Goulart (6), José Fonte (6), Tchamba (5), Larrazabal (6), Andrian Kraev (5), Pablo Roberto (5), Leonardo Lelo (6), Livolant (6), Cassiano (5), Miguel Sousa (5), André Geraldes (5), Mohamed (5), Cauê (5), Rafael Brito (-) e Henrique Pereira (-)
O que disseram os treinadores:
Tozé Marreco, treinador do Farense:
«Não tenho nenhuma justificação lógica, racional, estatística, o que quer que seja, para justificar, novamente, o facto de termos criado mais do que situações claríssimas de golo, e não conseguimos marcar. Divido por mérito do Sequeira e incompetência nossa»
Alexandre Santana, treinador-adjunto do Casa Pia:
«O Farense entrou bastante aguerrido, precisa de pontos e foi à procura. Conseguimos levar a baliza a zeros. Não era aquilo que queríamos, mas foi o que o jogo pediu. Parece-me justo. No entanto, temos de construir mais algo para conseguirmos estar mais seguros»