Um dia depois de ser conhecido que Joan Laporta, presidente do Barcelona, vai ser investigado no Caso Negreira por suborno, o presidente prestou as primeiras declarações a reagir à medida, dizendo estar tranquilo. O juiz de instrução do processo entende que parte dos pagamentos ao ex-vice-presidente do Comité Técnico dos Árbitros, José Enriquez Negreira, efetuados entre 2008 e 2010, durante o anterior mandato (2003-2010), ainda não prescreveram. «Conhecendo a história deste juiz (Joaquín Aguirre), fomos avisados pela nossa defesa que poderíamos acabar assim, a ser investigados, mas como não há crime de suborno nem há crime continuado, isso não vai andar para a frente. O Ministério Público fala em corrupção desportiva, mas não em suborno, é o juiz que está a forçar o tema. Não há suborno porque Negreira não era funcionário público. Para mim é claro que os barcelonistas podem estar descansados, porque este caso vai acabar arquivado», disse em entrevista à Catalunya Ràdio. Laporta foi mais longe e falou de descriminação. «Há um ‘madridismo sociológico’ em Madrid e nos círculos de poder que é muito forte. Já fui contra ele e ganhámos. Agora repete-se porque estamos cada vez melhores a todos os níveis, desportivo, económico e institucional. Aproveitam o caso Negreira para manchar o nome do Barça e não podemos permitir isso», explicando melhor o que é o ‘madridismo sociológico’: «Existe e é protegido em certos meios de comunicação, em certos ambientes políticos e em certos setores do desporto. Estamos habituados a lutar contra isso. Temos de aceitar com normalidade, mas como ‘culés’ sabemos que temos de competir contra isso. "Eles estão com medo que ganhemos tudo de novo.» Por coincidência, aproxima-se, no fim do mês, um clássico Barcelona-Real Madrid. Espera Laporta que o presidente Florentino Pérez apareça? «A minha relação com ele é cordial. Não sei se virá, já não veio ao último. Gostaria que viesse porque o clássico é o maior espetáculo do Mundo e faz parte que as duas equipas estejam representadas.»