Após a derrota de sábado frente ao Casa Pia (3-1), jogadores e treinador do Benfica enfrentaram forte contestação por parte dos adeptos encarnados. Bruno Lage chegou a dialogar com alguns adeptos em Rio Maior e, depois, nas garagens do Estádio da Luz, com um áudio das declarações do técnico a circularem nas redes sociais. Numa conferência de imprensa marcada à última da hora, onde abordou o tema, Lage recordou a conversa com os adeptos: «Senti que foi uma conversa muito boa. Muito seguro daquilo que estava a dizer. Foi uma conversa de 35 minutos em que vocês só tiveram acesso a um minuto e meio, com coisas fora de contexto. Aquilo que quis passar é que a união é muito importante. O quanto foi importante a união dos adeptos no primeiro título que ajudei a conquistar. O quanto eu sofri e paguei por isso na pandemia, em que não senti esta pressão dos adeptos. De jogar em estádios vazios e não sentirmos a força dos adeptos. Não podia passar por eles [adeptos], sem lhes deixar uma mensagem, por que eu sei o que eles estão a passar. Eles sabem que nós estamos a sofrer, mas eles também sofrem igual ou até mais. Quis passar confiança, que nos continuem a apoiar, temos um caminho a fazer, vamos fazê-lo e ainda temos muito a ganhar nesta época.» «A instabilidade vem dos resultados. O mais importante é que nós estamos juntos. Há um sentimento de união muito grande aqui, porque nós temos consciência do trabalho que temos de fazer e temos ainda esse espaço para fazer. A jogar de três em três dias, os resultados é que vão dando estabilidade. Um treinador que entende bem a casa, percebe a exigência do Benfica, percebe como tem de ajudar os jogadores a evoluir para eles perceberem o que é representar o Benfica. Vencer uma Taça da Liga não chega. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Aquilo que nós mais queremos e ainda não conseguirmos é consistência. Esta equipa já provou que consegue jogar bem e aquilo que mais queremos é consistência», continuou o técnico. Sobre se as palavras minam a ligação entre o treinador e os jogadores, Lage não teve dúvidas: «Não mina. Aquilo que eu disse, já o tinha dito na conferência e já tinha dito aos jogadores. Eles sabem disso e também sofrem com isso. Eles têm conhecimento do trabalho que estão a fazer e o quanto custou passarmos para primeiro lugar. Quem chega à primeira posição e a forma como temos sofrido os golos, não é de uma equipa que quer vencer provas. Tudo aquilo que foi dito, foi analisado e eles sabem aquilo que eu quero e a exigência do clube para com eles.»
