Com dois golos na final do Mundial de Clubes frente ao Fluminense, Julían Álvarez foi decisivo na vitória por 4-0 do Manchester City, ajudando a equipa a conquistar o único título que lhe faltava. O avançado argentino também completou assim o futebol, uma vez que, em sua casa, já tem as medalhas de vencedor das principais competições de futebol. E também bateu alguns recordes, algo que está no seu sangue. Fez questão de começar o jogo com o Fluminense da melhor maneira, marcando o golo mais rápido de sempre na final do Mundial de clubes, aos 40 segundos. Deste modo, em 2023, marcou em seis competições diferentes, mais do que qualquer outro jogador que atue em Inglaterra – Premier League, Liga dos Campeões, Taça de Inglaterra, Taça da Liga Inglesa, Supertaça Inglesa e Mundial de Clubes. Os registos impressionantes não param. Aos 23 anos, Álvarez já ganhou a Taça Libertadores, a Copa América, a Liga dos Campeões, o Mundial de seleções e o Mundial de Clubes. Só outros dois jogadores venceram estes cinco troféus: Dida e Cafu. Tudo isto foi alcançado frente ao Fluminense, mas Álvarez sempre comprovou a sua qualidade, como por exemplo quando, atuando pelo River Plate, clube onde se estreou como profissional, marcou seis golos (!) num só jogo. E logo na Taça Libertadores, contra o Alianza Lima. Contratado pelo Man. City por 21 milhões de euros (um valor que hoje quase parecerá irrisório para os citizens) em 2022, Álvarez não se assumiu de imediato na equipa de Pep Guardiola. Mas, tal como ocorreu com a Argentina, o avançado soube esperar pela sua oportunidade. Lautaro Martínez começou o Mundial-2022 como titular da albiceleste, ao lado de Messi. Coincidência, ou não, a Argentina perdeu o primeiro jogo com a Arábia Saudita (1-2). Álvarez conquistaria o lugar de titular no último jogo da fase de grupos. O resultado: golo à Polónia. Repetiu a façanha nos oitavos de final com a Austrália, bisou na meia-final, com a Croácia e na altura da final, contra a França, o seu lugar na equipa era já indiscutível. Após conquistar o mundo com o seu país, regressou a Manchester e fez uso da sua polivalência para forçar o seu lugar no onze inicial de uma equipa que tem (naturalmente) em Erling Haaland o ponta de lança titular. Capaz de jogar no centro do ataque, partindo de uma ala, ou num ataque com dois avançados, Guardiola utiliza-o agora como um segundo avançado, atrás de Haaland. Mas na final do Mundial de Clubes, foi mesmo o ponta de lança titular, dada a ausência do noruguês por lesão. A resposta, como já se percebeu, foi positiva. «Ele nunca me dececiona, desde que ele chegou o impacto tem sido incrível», disse Guardiola acerca de Álvarez, após o jogo com o Fluminense. Com uma carreira curta e já tão bem-sucedida, Álvarez é um predestinado do futebol, dada a sua qualidade com a bola e a consistência das suas exibições. Já se assumiu como uma figura indispensável na melhor equipa do mundo e na melhor seleção do mundo. Assim, costuma dizer-se que o céu é o limite, mas Álvarez vais mostrando que, talvez, ainda possa ser capaz de voar mais alto.